12 Remédios caseiros para Combater a Secura Vaginal (soja, estimulação vaginal…)

Revisão Clínica: Drª Camille Rocha Risegato. Atualizado: 09/09/24

Embora a secura vaginal seja mais comum em mulheres após a menopausa (quando os níveis de estrogênio diminuem), a condição também pode afetar mulheres de qualquer idade. Muitas vezes acompanhada de coceira e / ou sensação de ardência, a vagina seca pode contribuir para dores durante o contato íntimo e para o aumento da frequência urinária.

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Este guia educativo pretende descrever de forma clara as 12 principais substâncias naturais, e atitudes muitas vezes apontadas como remédios caseiros para a secura vaginal, suas principais causas e sintomas que muitas vezes ocorrem em conjunto.

12 Remédios Caseiros Para Combater A Secura Vaginal

Causas de Secura Vaginal

Na maioria dos casos, a secura vaginal é o resultado de uma diminuição nos níveis de estrogênio, que muitas vezes ocorre com a chegada da menopausa. Á medida que a mulher envelhece, a queda nos níveis de estrogênio pode reduzir a quantidade de umidade que reveste as suas paredes vaginais.

As alterações hormonais relacionadas à idade são outro fator que pode levar ao desequilibro dos níveis dessa umidade. Em algumas mulheres, as alterações hormonais resultantes da gravidez ou amamentação são outro motivo que pode originar uma diminuição da lubrificação vaginal. Além destas causas, os níveis de estrogênio também podem cair devido a:

  • Baixa ingestão de água durante a menstruação;
  • Uso de quimioterapia e / ou terapia hormonal no tratamento do câncer;
  • Radioterapia na região pélvica;
  • Doenças autoimunes;
  • Remoção cirúrgica dos ovários / histerectomia;
  • Produtos de beleza: Sabonetes, perfumes, banhos de espuma, detergentes, etc;
  • Pós-gravidez: pós-parto e amamentação;
  • Excitação sexual insuficiente;
  • Desequilíbrios intestinais: como alergias ou intolerâncias alimentares;
  • Rotina diária: estresse e ansiedade;
  • Atividades que favoreçam desequilíbrios hormonais: Fumar, ingerir alimentos que contenham hormônios, antibióticos, OGMs e exposição a toxinas no meio ambiente.

Em outros casos, a secura vaginal pode resultar do uso de medicamentos que reduzem os níveis de umidade em todo o corpo. Alguns exemplos incluem: anti-histamínicos, esteroides, antibióticos, antidepressivos e até alguns métodos anticoncepcionais, especialmente pílulas anticoncepcionais e DIUs hormonais.

A vagina também pode ficar irritada com o uso de duchas vaginais, sabão em pó e sabonetes usados na higiene íntima. O tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas e o uso de tampões e preservativos também podem levar ao ressecamento vaginal.

À medida que a mulher envelhece, o hormônios sexuais – progesterona, estrogênio, testosterona e DHEA – diminuem naturalmente, preparando o corpo feminino para a próxima fase da sua vida. É quando esse declínio ocorre que a mulher começa a perceber falta de lubrificação na vagina, assim como ondas de calor e outros desconfortos físicos.

Sintomas que muitas vezes acompanham a falta de lubrificação

Apesar de afetar a qualidade de vida, o estado mental, e causar dor física em algumas mulheres, é também muitas vezes um sinal de algo que está acontecendo. Abaixo descrevemos outros sintomas que a mulher pode perceber:

  • Dor ou desconforto ao andar de bicicleta, correr e, principalmente, ao ter relações sexuais;
  • Por vezes ocorrem distúrbios da pele que afetam o trato urogenital, como a esclerose liquênica, e dermatite, além de distúrbios dolorosos como vulvodínia e vestibulite;
  • Redução da elasticidade da vagina, bem como o afinamento do tecido circundante;
  • Infecções, maus odores, coceiras e irritações vaginais;
  • Perda de urina (incontinência urinária), pressão e / ou dificuldade para fazer xixi e outros sintomas de prolapso pélvico;
  • Diminuição do desejo, excitação e / ou dificuldade em ter um orgasmo.

Remédios naturais

Apesar de ser um sintoma sem consequências fisiológicas graves, a secura vaginal pode proporcionar grande desconforto psicológico, já que influencia diretamente na qualidade das relações íntimas. Para evitar traumas e machucados, a mulher pode investir em lubrificantes íntimos vendidos em farmácias ou tomar algumas atitudes simples.

Abaixo descrevemos alguns remédios naturais e mudanças úteis no estilo de vida que podem reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida de mulheres com pouca lubrificação.

Importante: O apoio científico sobre os benefícios de qualquer uma das soluções descritas é limitado. Existem também alguns “remédios caseiros” que devem ser evitados a todo o custo. A mulher deve ter principal cuidado com supostas mezinhas que envolvam colocar algo que não é recomendado por médicos dentro da vagina, pois tudo o que é inserido no interior do órgão tem o potencial de alterar o seu PH – o que consequentemente aumenta o risco de vaginose bacteriana e algumas infecções fúngicas.

1. Creme de inhame selvagem

Aplicados topicamente na pele, os cremes feitos á base de inhame selvagem são uma fonte natural de estrogênio. No entanto, não existem evidências de que o inhame selvagem possa aumentar os níveis de estrogênio ou ter qualquer efeito positivo sobre a secura vaginal.

2. Vitamina de banana

A banana é famosa pelo seu elevado teor de magnésio, capaz de promover a dilatação dos vasos sanguíneos e, por consequência, aumentar a circulação do sangue em todo o corpo. Ao impulsionar a circulação sanguínea, a fruta pode alterar a libido e fazer com que o corpo produza mais hormônios – favorecendo a lubrificação.

Por todos estes benefícios, a ingestão de banana pode auxiliar de certa forma no tratamento natural da secura vaginal. Pode ser consumida de forma isolada como no preparo de sucos ou vitaminas. São receitas simples, mas que oferecem muitos benefícios. Para preparar a vitamina é necessário apenas 1 banana e um copo de leite (de soja, ou amêndoa de preferência) batidos no liquidificador.

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Caso seja usado leite de soja, podem ser acrescentadas também 2 colheres de amêndoas – tudo misturado no liquidificador. A vitamina pode ser consumida uma a duas vezes ao dia.

3. Parar de fumar

Fumar diminui os níveis de estrogênio e aumenta o risco de desenvolver secura vaginal, assim como outras condições como a atrofia vaginal.

4. Chá de folhas de amoreira

O chá de folhas de aroeira é outro bom remédio caseiro para secura vaginal. As folhas de amoreira são célebres pelo seu alto teor de fitoestrogênios, componentes responsáveis por evitar a desregulação dos hormônios – sobretudo durante a menopausa. Como uma das manifestações mais frequentes da menopausa é a secura vaginal, o chá desta planta pode contribuir para o equilíbrio hormonal e prevenir a redução da libido.

Para preparar o chá, basta adicionar 5 folhas de amoreira em água fervente (em média 500ml), aguardar alguns minutos, coar e, em seguida, ingerir três vezes ao dia.

5. Permanecer ativo sexualmente

A atividade sexual aumenta o fluxo de sangue para os genitais, o que, por sua vez, ajuda a mantê-los saudáveis e lubrificados. De acordo com um estudo realizado em 52 mulheres pós-menopáusicas publicado no (JAMA network), as mulheres sexualmente ativas (mantendo relações três vezes ou mais mensalmente) mostraram ser menos propensas a ter secura vaginal que aquelas menos ativas sexualmente (que mantinham relações íntimas menos de dez vezes por ano).

Kudzu é Um Dos 12 Remédios Caseiros Para Aumentar A Lubrificação Vaginal

6. Kudzu (Pueraria montana var. lobata)

Um estudo realizado em mulheres saudáveis ​​na pós-menopausa, indica que tomar a erva kudzu em forma de cápsulas diariamente durante 24 semanas pode ajudar a combater a secura vaginal.

7. Soja

Por conter substâncias semelhantes ao estrogênio chamadas “isoflavonas” (de efeito no corpo semelhante ao estrogênio, mas mais fraco) acredita-se que a soja ajude a melhorar os sintomas da secura vaginal. Um estudo citado pela American Association of Family Physicians descobriu que a soja pode ajudar a melhorar a lubrificação íntima e as ondas de calor.

Portanto, uma dieta rica em alimentos à base de soja pode melhorar a combater o desconforto, embora as fontes e doses ideais ainda sejam desconhecidas. Alguns dos alimentos à base de soja incluem: tofu, leite de soja e soja integral (também chamada de edamame) ”.

8. Chá de Erva-de-São-Cristóvão

Tal como a folha de amoreira, a Erva-de-São-Cristóvão é outra planta rica em fitoestrogênios que pode servir de auxílio aos sintomas provocados pela menopausa, e evitar as manifestações provocadas pelo climatério, que incluem ondas de calor e o ressecamento vaginal.

Para preparar o chá, basta adicionar 1 colher de folhas de erva-de-são-Cristóvão em água fervente (em média 200ml), aguardar entre cinco a dez minutos, coar e, em seguida, ingerir três vezes ao dia.

O Chá De Ginseng Pode Contribuir Para O Aumento Da Lubrificação Feminina

9. Chá de Ginseng

O ginseng é conhecido pelo potencial de aumentar o óxido nítrico no organismo – uma forma natural de gás capaz de auxiliar na vasodilatação, e com isso promover uma melhor circulação do sangue, sobretudo nos órgãos genitais. Como já indicado, o aumento da circulação sanguínea na região pélvica pode contribuir para o aumento da lubrificação natural – diminuindo os efeitos de secura vaginal e melhorando o contato íntimo.

Para preparar o chá de ginseng basta adicionar cerca de 2 gramas de raiz de ginseng em água fervente (em média 200ml), deixar ferver durante quinze a vinte minutos, coar, deixar amornar e, em seguida, ingerir ao longo do dia. Pode ser tomado todos os dias, até haver melhora da lubrificação íntima.

10. Estimulação vaginal

De acordo com a Mayo Clinic, a estimulação vaginal sem parceiro ajuda a melhorar a saúde dos tecidos vaginais após a menopausa.

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11. Uso de vibrador

De acordo com o Obstetrics and Gynecology Department at Stamford Health, o uso de vibrador ajuda a aumentar o fluxo sanguíneo, o que, por sua vez, aumenta o fornecimento de estrogênio e, como resultado, a lubrificação.

12. Lubrificantes naturais

Alguns lubrificantes naturais que podem ajudar a acalmar e lubrificar a região genital incluem: óleo de jojoba; óleo de coco; aloé vera; e Vitamina E em cápsulas – que estimulam a mucosa vaginal que lubrifica a vagina, além de ajudarem na prevenção de infecções.

O cuidado com as substâncias naturais

É importante consultar sempre o médico antes de tentar auto-tratar a condição por conta própria. É preciso ter em mente que as substâncias indicadas não são milagrosas e tampouco têm o efeito de um medicamento farmacêutico. Portanto, esperar resultados imediatos é um erro! Da mesma forma, não é recomendada a ingestão excessiva de nenhum dos produtos, pois, ainda que alguns sejam alimentos, seu consumo ou uso excessivo pode proporcionar desequilíbrios no organismo, comprometendo ainda mais a saúde.

Como a secura vaginal pode por vezes sinalizar outro problema de saúde (como uma infecção), é importante a mulher ter sempre a boa atitude de consultar o ginecologista logo que ocorra algum sintoma estranho.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Camille Rocha Risegato

Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093

Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.

> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)

Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.

Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.

Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.

Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram

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Bibliografia
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  • Laughlin-Tommaso SK. Vaginal dryness after menopause: How to treat it?. Mayo Clinic. Published October 12, 2018. https://www.mayoclinic.org/vaginal-dryness-after-menopause/expert-answers/faq-20115086
  • Obstetrics and Gynecology Department at Stamford Health. 3 Tips for Better Sex After Menopause. Stamford Health. Published May 25, 2017. https://www.stamfordhealth.org/healthflash-blog/womens-health/sex-after-menopause/
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    Última atualização da página em 09/09/24