É importante a mulher consultar o ginecologista sempre que desenvolva sintomas ou problemas no sistema reprodutivo tais como, sangramento intenso, cólicas intensas ou outros sintomas preocupantes como corrimento vaginal, odor vaginal e sangramento após a relação sexual.
Mesmo quando está tudo bem, é importante a realização de exames de rotina como o papanicolau, pelo menos 1 vez ao ano, para garantir que os órgãos reprodutivos estejam saudáveis e assim permaneçam.
Abaixo mostramos 9 sinais de que você deve consultar o ginecologista.
Você atingiu a puberdade
Esta primeira consulta com o ginecologista pode ser intimidante e, infelizmente, muitas jovens acabam adiando. O Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologistas recomenda que as meninas adolescentes sejam vistas pelo ginecologista entre os 13 e os 15 anos. (R)
Esta primeira consulta permite ao médico identificar antecipadamente quaisquer sinais de alerta (como nunca ter tido um período ou ciclos irregulares). As meninas que já são sexualmente ativas, têm corrimento vaginal descolorado ou fétido, ou estão potencialmente grávidas, devem marcar uma consulta o mais rápido possível.
Corrimento vaginal ou sangramento entre os períodos
Sempre que a mulher perceber que está sangrando entre os períodos, é sinal que deve ser vista pelo ginecologista. Nestes casos não entre em pânico, nem desanime, uma vez que a intervenção precoce está associada excelentes resultados. (R)
A dor pélvica, quando acompanhada de corrimento vaginal anormal e desconforto durante a relação sexual fora do ciclo menstrual, pode ser um sinal de câncer do colo do útero. De acordo com o Memorial Sloane Kettering Cancer Center, mais de 90% dos cânceres do colo do útero são causados pelo vírus do papiloma humano. Portanto, se você já deu positivo, é mais um motivo para procurar atendimento médico.
Tal como o Dr. Julian Schink, chefe de saúde da mulher do Spectrum Medical Group, explicou à Prevention, uma mulher com HPV positivo juntamente com um corrimento não característico pode estar associada ao câncer cervical ou ao câncer da trompa de Falópio e precisa ser tratada imediatamente. (R)
Dor durante a relação sexual
Existem momentos em que a mulher pode esperar algum desconforto durante a relação sexual. A primeira vez, por exemplo. Nestes casos não existe motivo para alarme.
No entanto, quando a mulher começa a temer a ideia de fazer sexo, sente que precisa parar ou perdeu aquele sentimento amoroso, é hora de conversar com alguém.
Nestes casos a mulher pode estar passando por um distúrbio sexual, como lubrificação insuficiente, vaginismo (quando os espasmos musculares vaginais dificultam a penetração) ou vulvodinia (causada por fibras nervosas hiperativas ao redor da vulva). (R)
Felizmente, todos estes distúrbios podem ser resolvidos com remédios e outras formas de terapia.
Outros possíveis problemas incluem infecções fúngicas, doenças sexualmente transmissíveis, miomas no útero ou a doença inflamatória pélvica. Nestes casos é importante procurar tratamento assim que perceba o problema, já que alguns deles podem afetar o parceiro.
Mudanças no ciclo menstrual
Embora o ciclo menstrual possa variar muito de mulher para mulher, a maioria de nós já tem uma ideia do que esperar do seu ciclo, em termos de duração e peso do fluxo. Sempre qua a mulher notar alguma alteração, deve agendar um check-up.
A Clínica Mayo explica que as irregularidades no ciclo menstrual podem ter muitas causas, incluindo gravidez e amamentação, distúrbios alimentares, exercício excessivo, síndrome dos ovários policísticos, falência ovariana prematura, doença inflamatória pélvica e miomas uterinos. (R)
Fluxo menstrual muito intenso
Mesmo que um terço das mulheres sofra de sangramento menstrual intenso, não se trata de uma situação normal. Quando a mulher tem fluxo menstrual por mais de sete dias; tem a necessidade de trocar de tampão ou absorvente de hora em hora; ou tem coágulos muito grandes, é hora de marcar consulta com o ginecologista.
De acordo com o Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas, são várias as coisas que podem causar um fluxo menstrual mais intenso e pesado:
- endometriose
- ovulação irregular
- hipotireoidismo
- câncer. (R)
O sangramento menstrual intenso também pode estar associado ao aborto espontâneo e à gravidez ectópica, uma condição potencialmente fatal. Nunca ignore o sangramento intenso, especialmente se ele ocorrer de repente.
Síndrome de tensão pré-menstrual
As alterações hormonais, as cólicas abdominais e o sangramento, nunca são uma experiência divertida, no entanto, em algumas mulheres, os sintomas são tão debilitantes que afetam seriamente a sua qualidade de vida. (R)
Embora as razões que levam ao deselvolvimento da síndrome de tensão pré-menstrual (SPM) ainda não sejam bem compreendidas, acredita-se que as flutuações nos níveis de serotonina sejam os responsáveis pelos sentimentos de depressão, fadiga, desejos por comida e mudanças nos padrões de sono. (R)
Além disso, sabe-se que algumas mulheres com SPM grave têm depressão não diagnosticada, o que só agrava o problema.
Inchaço abdominal
A maioria da mulheres lida com esta sensação de inchaço todos os meses (nos dias que antecedem e imediatamente após o início da menstruação). Embora seja esperada alguma distensão nesta fase, existem limites que merecem alguma atenção.
Um dos sinais mais comuns de câncer de ovário é o inchaço abdominal, relativamente raro (afetando 1 em cada 70 mulheres). No entanto, a barriga arredondada e inchada pode estar associada a um acúmulo de líquido no abdômen ou uma massa no ovário. (R)
Ardor ou coceira
As mulheres que já tiveram uma infecção do trato urinário sabem que um dos seus sinais indicadores é a coceira ou o ardor, especialmente ao urinar. Apesar de desagradável, normalmente não é nada que um suco de cranberry e alguns antibióticos não consigam curar. Infelizmente, também pode ser sinal de algo mais sério.
Enquanto aguarda pela consulta, faça algumas verificações. Pegue um espelho e confira:
A vulva deve ser de cor rosada. Se notar mudanças no pigmento ou textura, especialmente a presença de lesões brancas na vulva, pode ser um sinal de alerta para o câncer vulvar. (R)
No entanto, a queimação e o ardor também podem ser um sinal de cistite intersticial (Síndrome da Bexiga Dolorosa). (R) Sintomas adicionais incluem dor do umbigo para a parte inferior das costas e para as coxas e virilha.
Importante: Não faça suposições sobre a origem desse tipo de desconforto, já que muitas vezes as mulheres atribuem essa dor ao estômago ou a problemas gastrointestinais, sem perceber que a dor á originada na bexiga.
Micção excessiva ou dolorosa
Todos nós tivemos já tivemos momentos em que mal conseguimos chegar ao banheiro a tempo. Essas experiências pontuais podem ser desconfortáveis, mas geralmente não são permanentes.
No entanto, quando a mulher está se levantando no meio da noite mais do que algumas vezes e isso está atrapalhando seu sono, é caso para se preocupar.
Existem várias causas possíveis para isso, incluindo uma pressão na bexiga (causada por miomas uterinos benignos, mas irritantes, e diabetes, geralmente acompanhada de sede extrema).
Quando se torna doloroso iro ao banheiro, a causa pode estar numa infecção do trato urinário, que pode afetar os rins, bexiga, entre outras coisas. A disúria (micção dolorosa) também pode ser sinal de uma infecção vaginal, infecção sexualmente transmissível ou inflamação em algum ponto da área do trato genital/urinário. (R)
Corrimento vaginal amarelo ou com mau cheiro
A maioria dos corrimentos vaginais é perfeitamente normal e faz um trabalho extremamente importante. Este fluido maravilhoso move as células mortas e as bactérias para longe dos órgãos reprodutivos femininos, ajudando a limpar e a manter a vagina limpa e livre de infecções.
São aceites algumas variações, mas, para funcionar tudo como deveria, normalmente o corrimento deve ter uma cor clara, branca, e leitosa. O fluido é mais claro/transparente, quando a mulher está excitada sexualmente ou quando está ovulando ou amamentando. No caso das grávidas, pode ocorrer uma ligeira mudança no cheiro, mas geralmente não é motivo de preocupação.
A mulher deve tomar nota sobre quaisquer mudanças consistentes na cor, cheiro e consistência, especialmente quando acompanhados de coceira ou ardor.
Embora estes sintomas possam ser causados pela toma de antibióticos, esteróides ou mesmo pílulas anticoncepcionais, também podem ser um sinal de câncer do colo do útero, diabetes, infecções sexualmente transmissíveis, atrofia vaginal ou tricomoníase, uma infecção parasitária geralmente contraída e causada pelas relações desprotegidas. (R)
Dor pélvica ou abdominal
A mulher está tão acostumada ás cólicas e ao inchaço que, por vezes, ignora ou desvaloriza totalmente a dor pélvica ou abdominal como parte de um problema. “Mesmo que seja apenas uma dor leve e casual, é importante consultar o ginecologista”.
É importante a mulher estar sempre atenta a qualquer dor “aguda e repentina ou monótona e demorada”, pois pode ser um sinal de diverticulite ou uma massa na região pélvica.
Além disso, pode ser uma indicação de endometriose, uma condição que envolve o crescimento do tecido uterino fora do útero, nos ovários e na área pélvica e pode afetar a capacidade da mulher de engravidar e causar desconforto significativo. (R)
Nunca menstruei
Recebe o nome de amenorraia primária (ausência de menstruação) a mulher/adolescente que nunca teve um período na sua vida e tem mais de 16 anos. Aqui não falamos de períodos irregulares, mas sim de ausência completa do ciclo menstrual.
Algumas das causas incluem problemas nos ovários ou órgãos reprodutivos, problemas no sistema nervoso central ou perturbações na glândula pituitária. Independentemente da causa, é muito importante visitar o ginecologista. (R)
Quando ir ao ginecologista pela 1ª vez
O primeira consulta deve ocorrerer entre os 9 e os 15 anos de idade. Algumas mulheres aguardar até que tenham relações sexuais pela primeira vez, ou até que tenham um sintoma ou problema, como um corrimento vaginal anormal, ardor vaginal, cólicas menstruais fortes ou períodos irregulares. No entanto, não existe a necessidade de esperar. Quanto mais cedo iniciar os exames regulares, melhor.
O que acontecerá na primeira consulta ginecológica?
É normal a menina/mulher sentir-se nervosa, mas não existem razões para isso. A primeira consulta geralmente é bem simples, no entanto, muitas mulheres sentem-se desconfortáveis ao discutir questões pessoais relacionadas com a sua vida sexual e histórico familiar, o que é perfeitamente normal. Mas é importante ser honesta com o médico.
Os quatro tipos de exames que podem ser realizados:
Exame físico geral: Como em qualquer exame médico, é verificado o peso, altura e pressão arterial.
Exame da mama: neste exame o médico verifica os seios com os dedos para detetar a presença de nódulos ou corrimentos anormais.
Papanicolau: Este exame realiza uma raspagem de algumas células que cobrem o colo do útero. De seguida são enviadas as amostras para laboratório para verificar a presença de células anormais.
Exame pélvico: Este é um teste que não é realizado em todas as mulheres, a menos que tenham alguns sintomas na vagina ou no abdómen. Para fazer o teste, o ginecologista pede que a paciente se deite com as pernas afastadas para que possa examinar a vagina.
Usando luvas, o ginecologista verifica a vulva (o lado de fora da vagina) para descartar sinais de infecção. Em seguida, com a ajuda de um espéculo, recolhe amostras de algumas células que permitirão diagnosticar alguma DST.
Para finalizar, o médico pressiona o abdómen para sentir o colo do útero, os ovários e o útero, de forma a poder detetar a presença de cistos.
Seja proativa
Apesar de ser assustador admitir que algo não está bem, é importante entender que, quanto mais você adiar as coisas, piores serão as consequências. Seja proativa e marque uma consulta com o ginecologista assim que notar qualquer sintoma.
Mesmo que o diagnóstico seja sério, a intervenção e o tratamento precoces proporcionarão a melhor chance de recuperação e a continuidade de uma vida normal e feliz. Ame o seu corpo e faça tudo que puder para cuidar dele!
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
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