9 Sintomas que ajudam a identificar o Câncer Vaginal, Tipos e como Tratar

Revisão Clínica: Drª Camille Rocha Risegato. Atualizado: 09/09/24

Antes de discutirmos os sintomas, entenda que o câncer vaginal engloba qualquer tipo de câncer que se forme na vagina. Na medicina, compreendesse que a vagina corresponde ao canal que conecta a vulva ao útero. É um tipo de câncer extremamente raro, sendo mais comum que cânceres desenvolvidos em outras partes do corpo acabem por afetar o órgão feminino. Por mais que possa ser desenvolvido na infância ou tenha origem hereditária, afeta geralmente mulheres com mais de 60 anos. Os tecidos cancerígenos aparecem com mais frequência nas áreas mais internas da vagina (ver imagem abaixo), o que inicialmente dificulta a visualização de sinais aparentes da doença. Se descoberto na fase inicial tem maiores chances de cura, já que o diagnóstico tardio aumenta a probabilidade do câncer se espalhar para outros órgãos além dos genitais.

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9 Sintomas Que Podem Indicar Câncer Na Vagina

9 Possíveis sintomas

Como o câncer vaginal dificilmente apresenta sinais na fase inicial, é mais fácil que seja detectado durante exames de rotina. Ainda assim, existem alguns fatores predominantes que podem indicar problemas. O sintoma mais comum é o sangramento vaginal fora do período menstrual ou ao urinar, este último acompanhado de dor intensa (disúria). Episódios de dispareunia (dor durante a relação sexual com ou sem sangramento após o ato) também podem ser listados como possíveis sintomas. Acrescentam-se ainda dores nas costas, dor na região pélvica, corrimento vagnal anormal, prisão de ventre e inchaço nas pernas. Os principais sintomas de câncer vaginal invasivo incluem:

  • Sangramento vaginal anormal (geralmente após a relação)
  • Corrimento vaginal anormal
  • Presença de uma massa ou protuberância na vagina que pode ser sentida ao toque
  • Dor durante a relação

Quando o câncer vaginal adquire um estágio avançado e se espalha para além da vagina, atingindo estruturas próximas e gânglios linfáticos, podem ocorrem os seguintes sintomas:

  • Dor e inchaço nas pernas
  • Dificuldade e Dor ao urinar
  • Alterações no funcionamento do intestino e Prisão de ventre
  • Dor pélvica (na parte inferior do abdômen, entre os ossos do quadril)
  • Dor nas costas

Entenda que, a presença de algum destes sintomas nem sempre significa que a mulher tem câncer na vagina. Na verdade estes sintomas são igualmente comuns em muitos outros eventos – como infecções ginecológicas. A única forma da mulher conhecer a causa destes desconfortos é consultando o ginecologista. É importante lembrar que, quanto mais cedo o problema for identificado, mais eficaz será o tratamento.

Exames de Diagnóstico

Alguns testes e procedimentos podem ser usados para detectar a doença:

Análise física procurando por sinais aparentes do desenvolvimento da doença e investigação do histórico do paciente, hábitos de vida, doenças e tratamentos anteriores.

Exame de toque vaginal para verificar o tamanho, a forma e a posição do útero e do ovário.

Teste de Papanicolau para coletar material do colo uterino. O exame analisa as células da mucosa do colo do útero em busca de anomalias.

Colposcopia é outro exame para avaliar o colo do útero e dos tecidos vaginais. Ele é feito por meio de um instrumento capaz de iluminar o interior do órgão genital e transmitir as imagens para as lentes de aumento do colposcópio.

Caso o Teste de Papanicolau mostre alterações nas células da vagina, poderá ser realizada uma biópsia durante a Colposcopia. A biópsia consiste em um procedimento cirúrgico no qual é colhido uma amostra de tecido para análise em laboratório.

Se constatado o desenvolvimento de câncer vaginal, será realizada uma série de outros exames, como de ressonância magnética e raio-x, para determinar o estágio da doença e descobrir se as células malignas estão se espalhando.

Principais causas do câncer vaginal

Não existe uma causa clara para o desenvolvimento do câncer vaginal. De forma geral, todo câncer ocorre quando células saudáveis sofrem uma mutação para células anormais. Enquanto as células saudáveis se desenvolvem até certo limite e, depois, morrem, as células cancerígenas se multiplicam sem controle e não morrem. Com esta multiplicação descontrolada, o câncer acaba por invadir e se espalhar para outras partes do corpo.

Tipos de cânceres vaginais

Existem alguns tipos diferentes de cânceres que podem se desenvolver na região genital. Estas diferenças são estabelecidas de acordo com o tipo de célula em que o câncer começa a se desenvolver. Saiba como diferenciar:

Carcinoma Epidermóide: É o tipo de câncer desenvolvido no epitélio escamoso, que corresponde ao tecido mais superficial da vagina. É a categoria mais comum deste câncer, e acomete principalmente mulheres com mais de 60 anos.

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Adenocarcinoma: É gerado nas células glandulares. Estas células são responsáveis por produzir os fluídos e secreções naturais da vagina. É o câncer com maior possibilidade de se espalhar pelo corpo, principalmente para o pulmão e para os nódulos linfáticos. Ocorre geralmente nas mulheres em que as mães fizeram o uso de dietilestilbestrol (DES) durante a gravidez.

Teratoma: Extremamente raro. É formado no ovário e é mais encontrado em crianças.

Fatores de Risco

Existem alguns fatores que aumentam a possibilidade de desenvolver o câncer na vagina. Como já citado, o aumento da idade é um deles. Fora isso, mulheres que tenham sido diagnosticadas com Neoplasia Intraepitelial Vaginal (NIVA) possuem maiores chances de desenvolver o câncer. A “NIVA” é um estado em que as células parecem diferentes das normais, mas não o suficiente para serem classificadas como câncer. É dividida em três tipos: NIVA 1, NIVA 2 e NIVA 3, e é o último tipo que apresenta maior propensão a se tornar um câncer.

A sua causa está relacionada com a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). Assim, todas mulheres contaminadas pelo HPV também apresentam maiores chances de desenvolver este tipo de câncer.

Outra condição que facilita o desenvolvimento do câncer vaginal é a exposição da mulher enquanto estava no útero da mãe ao dietilestilbestrol (DES). O DES era usado como prevenção ao aborto espontâneo entre os anos 40 e 70. Atualmente não é mais usado pela medicina.

Por último, o tabagismo também é listado como fator de risco para o desenvolvimento de câncer vaginal.

Como é feito o tratamento

A radioterapia é a forma de tratamento mais comum contra o câncer vaginal. Basicamente é usada radiação para eliminar e ou diminuir o crescimento das células cancerígenas. Pode ser aplicada por radiação externa, onde feixes de radiação são gerados por uma máquina e direcionados para a vagina. Existe também a braquiterapia, onde o material radioativo é inserido no corpo do paciente em uma área próxima ao do câncer.

A quimioterapia usa remédios via oral ou de forma intravenosa para combater principalmente estágios avançados do câncer vaginal. É usada também para diminuir o tumor caso seja necessária uma intervenção cirúrgica. A cirurgia busca retirar o tumor para que ele não se desenvolva e não se espalhe pelo corpo. Pode consistir na retirada de parte do tecido da vagina e, em casos de tumores graves, na retirada total do canal vaginal. Em alguns casos é também removido o útero para prevenir um novo episódio da doença.

Como prevenir

Não existem maneiras de se prevenir contra o câncer vaginal. No entanto, existem formas de minimizar o risco. Passar frequentemente por exames ginecológicos e pelo teste de Papanicolau aumentam as chances de descobrir a doença em seus estágios mais iniciais, aumentando as chances de cura. Outra forma é se prevenir contra a HPV por meio da vacinação ou pelo uso de preservativo nas relações sexuais.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Camille Rocha Risegato

Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093

Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.

> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)

Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.

Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.

Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.

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  • Wikipédia: File:Diagram showing a wide local excision for vaginal cancer
    https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Diagram_showing_a_wide_local_excision_for_vaginal_cancer_CRUK_087-ar.png
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    Última atualização da página em 09/09/24