Este guia educativo tem o objetivo de identificar os primeiros sinais de aviso de um aborto aos quais a mulher deve estar atenta. Caso perceba algum dos sintomas descritos é importante a mulher consultar o médico ou dirigir-se a uma urgência hospitalar, onde será observada para identificar ou descartar a presença de um aborto espontâneo. Saiba mais.
Os abortos espontâneos são eventos muito presentes na vida de algumas mulheres. Boa parte das mulheres sofre um aborto mesmo sem saber que estava grávida, já que, nas primeiras semanas de gestação, existe alguma fragilidade.
Sinais de aviso
Existem alguns sinais típicos, no entanto, que podem estar associados a esse tipo de aborto – que acontece até à vigésima semana de gestação. Alguns desses sintomas incluem a febre acompanhada de calafrios; os corrimentos vaginais associados a um mau odor; perda de sangue excessivo pela vagina que pode vir acompanhada de cólicas; perda de líquidos através do canal vaginal; sangue coagulado saindo pela vagina e cefaleia intensa.
Quando o feto já se movimenta dentro da barriga da mãe, a ausência de movimentos por longos períodos também pode indicar um aborto – no caso de gestações mais avançadas.
A lista completa de sintomas inclui:
- Sangramento vaginal, que pode variar de um corrimento acastanhado ou vermelho vivo leve, a uma hemorragia mais intensa.
- Cólicas e dor abdominal
- Febre
- Dor nas costas leve a intensa
- Perda de peso
- Descarga de fluidos pela vagina
- Descarça de muco branco-rosa
- Descarga de tecidos ou sangue em coágulos pela vagina
- Sensação de fraqueza e tonturas
- Contrações uterinas que ocorrem a cada 5 a 20 minutos
- Diminuição repentina dos sinais de gravidez (mudanças nos seios, por exemplo).
Um aborto espontâneo pode ocorrer de forma inesperada e sem motivos aparentes, visto que o início da gravidez, por si só, possui algumas complicações inerentes. Além disso, problemas na formação fetal ou comportamentos nocivos realizados pela gestante (consumo de álcool ou drogas) também podem contribuir para um aborto.
Doenças preexistentes, como por exemplo a hipertensão e a diabetes, também fazem com que as chances de aborto aumentem, sendo essencial que estejam controladas durante a gravidez, a fim de evitar sustos indesejados.
O acompanhamento ginecológico durante toda a gravidez também é imprescindível para que o especialista consiga realizar exames periódicos que consigam identificar problemas que poderiam levar a um aborto espontâneo.
O que fazer em caso de suspeita
É fundamental que as mulheres grávidas que apresentem algum dos sintomas listados acima, procurem rapidamente um médico para analisar a possível ocorrência de um aborto.
Todos os sintomas devem ser relatados ao especialista – que poderá realizar alguns exames de imagem para confirmar o diagnóstico. Dependendo do resultado dos exames, o médico pode indicar repouso ou prescrever alguns medicamentos.
Para as mulheres que não sabem se estão grávidas e que se encontram em idade fértil com atividade sexual, também é importante eliminar a possibilidade de aborto espontâneo caso ocorram alguns dos sintomas indicados acima.
Como evitar um aborto – 6 conselhos para evitar essa perda
Ainda que boa parte dos abortos espontâneos surja de forma não-programada, é possível realizar algumas medidas de precaução para evitar possíveis danos ao bebê no início da gestação.
As bebidas alcóolicas, por exemplo, não são recomendadas a gestantes, nem em doses pequenas. Da mesma forma, os cigarros devem ser evitados, pois possuem substâncias nocivas à saúde fetal (e geral).
Alguns medicamentos, ainda que tomados anteriormente, podem apresentar riscos às mulheres grávidas. Portanto, além de consultar o médico, é importante a mulher estar sempre atenta às bulas dos medicamentos para perceber se é permitida a sua utilização em caso de gravidez.
As grávidas, sobretudo no início da gestação, devem praticar exercícios leves – na companhia de um profissional e, da mesma forma, participar ativamente na realização de um pré-natal para acompanhar o desenvolvimento do feto.
Os exercícios excessivos podem contribuir significativamente para a possibilidade de aborto – é fundamental não realizar ações ou movimentos bruscos. Além disso, a alimentação é muito importante, sobretudo porque muitas mulheres enjoam muito no início da gravidez e, com isso, acabam desnutridas.
As mulheres com doenças preexistentes no aparelho reprodutor devem ser sempre acompanhadas por um ginecologista, pois podem apresentar maiores complicações no início da gravidez.
Tipos de aborto
De acordo com o período da gravidez em que ocorrem, os abortos podem ser classificados da seguinte forma:
- Aborto espontâneo precoce: ocorre antes da décima segunda semana de gestação.
- Aborto espontâneo tardio: acontece após a décima segunda semana de gestação.
Vale lembrar que, em alguns casos, o aborto pode ser induzido pelo médico, quando é identificada uma má-formação fetal ou quando o mesmo oferece riscos à saúde materna.
Quando a mulher sofre um aborto, o conteúdo uterino pode sair inteiramente ou não. Tendo isso em vista, em relação ao seu conteúdo, os abortos são classificados como:
- Aborto incompleto: ocorre o desligamento parcial do conteúdo do útero, sendo expulso através do canal vaginal.
- Aborto completo: ocorre o desligamento total do conteúdo do útero, sendo expulso através do canal vaginal.
- Aborto retido: ocorre quando o feto já está morto no útero há mais de quatro semanas e ainda não foi expulso. Esses casos são extremamente perigosos, pois podem proporcionar infecções à gestante.
Legalização do aborto no Brasil
De modo geral, o aborto não é legalizado no Brasil, mas a regra possui apenas algumas exceções. A mulher consegue abortar de forma legal se conseguir provar que possui em seu ventre um feto que não terá condições de sobrevivência fora do útero, como em casos de doenças congênitas graves, como a anencefalia – quando o feto não possui cérebro.
A mulher também consegue o direito de abortar quando a gravidez oferece riscos à sua própria vida ou quando é uma gravidez originada por um abuso sexual. Vale lembrar que as vítimas de abuso sexual devem procurar imediatamente apoio psicológico e médico a fim de garantir a medicação que pode impedir uma gravidez ou mesmo uma doença sexualmente transmissível.
Para estes casos, a decisão será acordada com o Supremo Tribunal Federal, que orientará a mulher para o procedimento do aborto.
Em todos os outros casos, o aborto em solo brasileiro figura como crime e é passível de punição para a mulher que o pratica e para a clínica que o realiza.
O que acontece após o aborto
Após um aborto, a paciente deve passar por um exame detalhado com o objetivo de verificar se o conteúdo foi totalmente expulso do útero. Se ainda houver vestígios, será realizada uma curetagem para que a mulher não sofra o risco de infecções.
Há casos em que o médico indica medicação via oral capaz de expulsar os restos do embrião, a fim de evitar um procedimento cirúrgico mais invasivo como a curretagem.
O acompanhamento durante a gravidez
A gravidez é um período delicado na vida de qualquer mulher, por isso é fundamental que a paciente identifique a gestação o quanto antes, a fim de realizar os devidos procedimentos e cuidados que poderão garantir o sucesso da gestação.
O acompanhamento periódico é capaz de realizar os exames necessários para garantir a saúde do feto e da mãe, para evitar qualquer sofrimento de ambas as partes.
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
.- Miscarriage: Signs, Symptoms, Treatment and Prevention
https://americanpregnancy.org/pregnancy-complications/miscarriage/
Ajude-nos a melhorar a informação do Educar Saúde.
Encontrou um erro? Está faltando a informação que está procurando? Se ficou com alguma dúvida ou encontrou algum erro escreva-nos para que possamos verificar e melhorar o conteúdo. Não lhe iremos responder diretamente. Se pretende uma resposta use a nossa página de Contato.