Na maioria dos casos, os sintomas de câncer de colo de útero são detectados em estágios avançados da doença. Um método habitual de identificar o tumor maligno é através do tradicional exame papanicolau. É muito importante conhecer os sinais que podem apontar para este tipo de câncer (que muitas vezes podem passar despercebidos).
Realizar exames periódicos é a melhor forma de evitar o câncer do colo do útero, e também o melhor meio de identificar células anormais antes que estas se convertam em tecidos cancerosos. É importante a mulher entender que o diagnóstico tardio diminui consideravelmente a probabilidade de remissão e cura do tumor.
6 Principais sintomas do câncer de colo de útero
Em relação aos possíveis sintomas presentes, esta variedade de tumor maligno está relacionada a:
- frequentes incômodos na região pélvica ou abdominal — normalmente, eles se intensificam durante a relação sexual e micção;
- emagrecimento em ritmo acelerado, mesmo que a paciente não mantenha nenhuma dieta específica para esse fim;
- compressão na parte inferior do abdômen;
- corrimento vaginal anormal — pode apresentar uma tonalidade amarronzada, acompanhada ou não de um cheiro desagradável;
- sangramentos — liberados através da vagina em períodos avessos ao ciclo menstrual;
- excessivas idas ao banheiro para urinar — inclusive durante o período noturno.
Caso o tumor esteja em um estágio avançado, outros sintomas podem aparecer, como:
- inchaço nos membros inferiores — tende a ser seguido de dores;
- indisposição física para a realização de qualquer atividade;
- descontrole quanto à excreção de fezes e urina.
Naturalmente, nenhum desses sintomas é exclusivo apenas do câncer de colo uterino. Alguns deles também podem ser ocasionados por outras infecções que acometem a região da vagina, como a candidíase — uma infecção bem comum entre as mulheres.
Portanto, qualquer suspeita de câncer deve ser confirmada após a execução de um processo de diagnóstico detalhado, a ser conduzido por um ginecologista. Confira 7 Sintomas de que o útero pode estar doente.
O que fazer em caso de suspeita de câncer
A melhor atitude a tomar sempre que ocorre mais que um dos sintomas descritos é consultar o ginecologista. Uma vez que a mulher esteja no consultório ginecológico, ela será submetida a um exame mais preciso do que o papanicolau: a colposcopia com biópsia dos tecidos uterinos.
Trata-se, inicialmente, da coleta de uma amostra tecidual do útero da paciente. De seguida a amostra é encaminhada para análise laboratorial, capaz de detectar a concentração de células cancerígenas.
É importante a mulher entender que o papanicolau precisa ser efetuado anualmente e no decorrer de 3 anos seguidos. O objetivo é o de monitorar o estado do útero da paciente propensa a desenvolver um tumor maligno na região. Caso não haja registro de nenhuma anormalidade no local nesses 3 anos, o papanicolau deve ser repetido em intervalos de 3 anos aproximadamente.
Quais as mulheres com maior risco de ter câncer
Existem sempre grupos de risco para determinadas doenças. Esse também é o caso do câncer de útero, mais comum em mulheres que apresentem uma ou mais das seguintes características:
- manutenção de atividade sexual com múltiplos parceiros;
- contaminação do HPV (papiloma vírus humano);
- contágio de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) — a gonorreia e a clamídia são duas DSTs bem frequentes, mas pode ser qualquer outra doença constituinte desse grupo;
Cabe um alerta: o uso prolongado das pílulas anticoncepcionais aumenta significativamente a probabilidade de a mulher desenvolver um câncer. Portanto, os efeitos desse tipo de medicamento devem passar sempre pelo acompanhamento rigoroso e contínuo de um ginecologista.
Como é feito o tratamento
Normalmente, o câncer de colo de útero pode tratado por meio das 3 seguintes abordagens oncológicas:
- braquiterapia;
- radioterapia;
- conização.
Na braquiterapia, a mulher é submetida à emissão de raios iônicos. Trata-se de outra modalidade de radioterapia, na qual a radiação incide internamente sobre o órgão a ser tratado.
Conforme o caso, os raios podem ser direcionados a uma área próxima do órgão, e não diretamente sobre ele. Enquanto isso, a radioterapia convencional é marcada pela emissão externa de raios, ou seja, a uma longa distância do corpo da paciente.
Já a conização consiste na remoção da parte do colo uterino afetada pelo câncer. Como a porção removida exibe uma forma cônica, deu-se o nome de conização a esse procedimento cirúrgico.
Esse fragmento do útero também pode ser usado para averiguar qual é o estado de concentração das células cancerígenas. Ele pode igualmente ser utilizado para avaliar a presença de outros grupos celulares, associados às demais doenças que podem afligir o referido órgão.
Nos casos mais graves, estas terapias oncológicas tendem a não surtir o efeito esperado. Nessas circunstâncias, e depois de se ponderar se a mulher deseja ou não ter filhos no futuro, pode ser necessário recorrer à chamada histerectomia: a cirurgia de remoção completa do útero. Entenda o que acontece após a mulher retirar o útero recorrendo à histerectomia.
Consequência da remoção do útero
O período de convalescença da mulher submetida a esse procedimento mais agressivo varia entre 1 mês e meio a 2 meses. Ao longo de todo esse intervalo, é recomendável que a mulher receba acompanhamento psicológico. Afinal, a perda do útero provoca um forte abalo emocional.
Há, inclusive, uma mescla de sentimentos conflituosos. Sem o útero canceroso, a mulher passa a se sentir aliviada. O problema é que existe uma profunda ligação entre a mulher e o útero.
Assim como acontece após a remoção de outras partes do corpo, como as mamas, a paciente começa a sentir um vazio interno. Essa sensação desagradável pode piorar bastante, com chances de culminar no desenvolvimento de uma depressão aguda.
Simultaneamente, a mulher também fica sujeita ao ganho de peso repentino. Esse risco existe essencialmente no período imediatamente pós-cirúrgico. Uma das possíveis causas desse peso extra seria a oscilação das taxas hormonais, pois o desequilíbrio hormonal favorece o acúmulo de tecido adiposo no abdômen.
Por fim, a paciente ainda precisa lidar com a continuidade dos ciclos menstruais destituídos da menstruação. Essa sensação de que o sangue virá a qualquer momento, mas sem se concretizar, também prejudica o lado emocional, fazendo com que a mulher sofra crises de ansiedade.
Todos esses efeitos posteriores à histerectomia variam de uma mulher para a outra. Infelizmente, o procedimento é a única saída para algumas pacientes diagnosticadas com câncer de colo de útero. Portanto, vale reforçar o alerta quanto à necessidade de visitas regulares ao consultório ginecológico. Desse modo, o diagnóstico (quando houver) poderá ser feito com bastante antecedência.
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
.- American Cancer Society
https://www.cancer.org/es/cancer/cancer-de-cuello-uterino/deteccion-diagnostico-clasificacion-por-etapas/senales-sintomas.html - Mayo Clinic
https://www.mayoclinic.org/es-es/diseases-conditions/cervical-cancer/symptoms-causes/syc-20352501 - Planned Parenthood
https://www.plannedparenthood.org/es/temas-de-salud/cancer/cancer-cervical/como-se-si-tengo-cancer-cervical
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