Considerado um dos males que mais faz vítimas ao redor do mundo, o câncer é temido por muitas pessoas. Existem diversos sintomas que podem estar associados a essa doença, como o surgimento de dores insistentes e sem causa aparente. A indisposição física e a perda de apetite, seguida de um emagrecimento repentino, também são sinais relevantes.
Porém, é fácil perceber que esses indícios são comuns a muitos outros quadros patológicos. Logo, o mais importante é realizar um diagnóstico atempado e ser conduzido por um médico especializado no tratamento do câncer em questão.
Um dos aspectos que facilita o processo de diagnóstico são os sintomas manifestados pelo paciente ao especialista durante a consulta. Neste momento, nada deve ficar por dizer.
A taxa de cura do câncer (seja qual for a localização e origem) é diretamente proporcional à precocidade da sua descoberta. Em outras palavras, o diagnóstico deve ser feito o mais rapidamente possível para que o tratamento seja iniciado o quanto antes.
O objetivo deste guia é esse mesmo. Educar, consciencializar e alertar a população para não ficar indiferente a manifestações estranhas desencadeadas pelo organismo. Confira.
1) Perda de peso sem fazer dieta ou praticar exercício
Uma das primeiras evidências do desenvolvimento de um câncer é o emagrecimento rápido sem a realização de qualquer rotina de atividades físicas voltadas a esse fim. Esta manifestação é comum em muitas variedades de câncer, principalmente no esôfago, estômago ou pâncreas.
2) Cansaço intenso realizando pequenas tarefas
Outro sinal bem frequente em indivíduos acometidos por algum tumor maligno é a presença de vestígios sanguíneos nas fezes. Essa perda de sangue durante as evacuações causa anemia, o que por sua vez reduz a taxa de hemácias na corrente sanguínea.
Com essa menor concentração de hemácias, responsáveis por transportar o oxigênio para diferentes partes do organismo, o indivíduo fica extremamente indisposto e frágil. Nesse estado marcado por uma oxigenação precária, o corpo fica sem energia até para a concretização de atividades consideradas simples. Na prática, a simples subida de alguns lances de escada pode ser o suficiente para que a pessoa com câncer queira se deitar para descansar.
Conforme a doença progride, esse cansaço se intensifica, levando o paciente a ter que conviver com fadiga matinal diariamente.
Mesmo depois de uma boa noite de sono, o câncer impede que o corpo acorde bem disposto.
3) Dor ininterrupta que não passa
O câncer também costuma provocar dores em áreas bem específicas do corpo. Se as dores forem realmente provenientes de um tumor maligno, dificilmente serão amenizadas após um simples repouso.
Geralmente também não exibem qualquer associação com outras complicações (lesões nas massas musculares, inflamações nas articulações, etc.).
Trata-se de uma dor que não acalma com a adoção de soluções caseiras, como a aplicação de compressas. Na verdade, por vezes nem os analgésicos mais comuns exercem algum poder sobre o incômodo.
Normalmente, o paciente só se sente melhor após o consumo de analgésicos específicos. Mais potentes, indicados especialmente para dores dessa natureza.
4) Febre intermitente, que vai e volta, sem tomar remédio
Com a diminuição da capacidade de defesa do sistema imunológico, surgem outras complicações. Uma das mais registradas é a febre intermitente, sintoma muito ligado à existência do câncer que atinge o sistema linfático — o linfoma. A leucemia (tumor maligno que acomete os leucócitos) também está relacionado ao aumento elevado da temperatura corporal.
É preciso ficar atento a esse tipo de febre, pois ela costuma sumir naturalmente após um curto período. Outro ponto a observar é a relação dessa febre com o típico quadro sintomático de uma gripe.
5) Alterações no movimento intestinal, concistência e aparência das fezes
O indivíduo que suspeitar de câncer também deve analisar possíveis mudanças relacionadas às suas fezes. Os casos de diarreias que persistem por intervalos superiores a 5 semanas merecem uma avaliação médica. O mesmo cuidado se aplica à verificação de fezes mais rígidas do que o normal por períodos prolongados.
Na verdade, qualquer transformação profunda no padrão de funcionamento do intestino merece atenção redobrada. É comum que algumas pessoas com câncer alternem dias de diarreia com uma grande dificuldade para expelir fezes (excessivamente duras). Esse quadro também costuma ser acompanhado por outros sintomas, como:
- náuseas;
- profundo inchaço na região abdominal;
- vômitos.
Evidentemente, para que todo esse conjunto de manifestações possa ser ligado a um câncer é necessário excluir outras possibilidades. A síndrome do intestino irritável ou outras patologias que afligem o órgão também podem provocar sintomas parecidos.
6) Dor ao urinar ou urina escura
O excesso de idas ao banheiro para urinar, a presença de traços sanguíneos na urina e uma sensação dolorida durante as micções podem decorrer de uma infecção urinária.
Contudo, a existência de um tumor maligno, principalmente aqueles que acometem a próstata e a bexiga, também pode ser a origem desses sinais. Somente o diagnóstico médico pode definir a verdadeira fonte do problema.
7) Demora para cicatrizar feridas
A lentidão do processo de cicatrização de lesões corporais em diferentes regiões, como a vagina, epiderme e boca, pode ser um forte indício de câncer. Normalmente, esse é um sinal presente nos primeiros estágios do tumor.
A razão dessa demora está relacionada com a redução da concentração normal de plaquetas no sangue. A quantidade ideal dessas plaquetas é essencial para que a cicatrização de feridas seja mais eficiente e rápida.
É importante referir que a demora na cicatrização também pode estar relacionada a outras doenças. Quando o diabetes está descompensado, por exemplo, a cicatrização de feridas demora muito mais tempo a ser concluída.
8) Sangramentos
Existem diversos problemas no organismo que podem culminar em sangramentos inesperados (lembrando que a menstruação é um sangramento esperado).
Na presença de um câncer, o sangramento pode ocorrer em qualquer estágio da doença. Normalmente, ele surge:
- nos mamilos;
- nas fezes;
- na urina;
- misturado às gotículas expelidas durante uma tosse.
O local de aparecimento dos vestígios sanguíneos está diretamente ligado à região atingida pelo tumor. No caso de um câncer de útero, a mulher deve estar atenta ao seguinte conjunto de sintomas:
- sangramento vaginal com um volume fora do normal;
- necessidade de urinar o tempo todo;
- cólica menstrual acompanhada de febre;
- corrimento vaginal com coloração escurecida.
9) Manchas e crescimentos na pele
A pele é uma das áreas mais utilizadas pelo organismo para sinalizar a presença de uma disfunção interna. Os tumores malignos podem fazer com que a epiderme fique:
- amarela;
- avermelhada;
- arroxeada;
- com pequenos grânulos;
- com textura áspera e propensa à coceira.
Se a pele do paciente tiver a presença de verrugas, elas serão mais um alerta com o qual ele deve se preocupar. Geralmente, o câncer provoca mudanças relacionadas às dimensões, ao formato ou à coloração de algumas verrugas.
O aparecimento repentino de manchas ou sardas também merece uma investigação cautelosa. Esses sinais podem apontar para um câncer cutâneo, mas nada impede que sejam manifestações de outras variedades de tumores.
10) Caroços e inchaço das ínguas
Uma pessoa com câncer também está sujeita a presenciar o aparecimento de caroços ou protuberâncias em diversas áreas corporais, como o saco escrotal e os seios.
Enquanto isso, o crescimento de alguns órgãos, como o timo, o baço e o fígado, tende a inchar a região abdominal. O intumescimento dos caroços (ínguas) presentes nas virilhas e axilas, entre outras partes do corpo, também é uma consequência ligada ao câncer.
A leucemia é um tipo de câncer caracterizado por:
- inflamação das ínguas da coluna cervical;
- inchaço da região abdominal;
- aumento da transpiração;
- dores nas massas ósseas;
- palidez;
- aparecimento de manchas arroxeadas na pele.
11) Engasgar com frequência
Em algumas situações, é comum que alguém fique engasgado durante a realização de uma refeição. No entanto, a repetição desses engasgos, seguidos de tosses frequentes, preocupa. Esses são sinais muito comuns em pessoas que estejam com tumores na faringe, estômago ou esôfago.
12) Rouquidão e tosse persistente por três semanas ou mais
Caso o indivíduo tussa e apresente dificuldade para respirar com muita frequência, tudo indica que ele tenha algum problema nos pulmões. A origem desses sintomas pode ser um tumor maligno nesses órgãos, na tireoide ou na laringe. O câncer de pulmão, especificamente, costuma exibir esse conjunto de sintomas:
- tosse seca e contínua;
- cansaço extremo;
- dores na região lombar;
- dificuldade para respirar.
No caso das mulheres, o câncer de mama é caracterizado por:
- aparecimento de crostas na região epidérmica;
- lesões cutâneas;
- vermelhidão na pele;
- mudanças nas dimensões dos seios;
- liberação de um líquido pelos mamilos.
Vale ressaltar que a identificação de quaisquer dos sintomas mencionados anteriormente não atestam, necessariamente, a existência de um câncer. Mas jamais devem ser ignorados.
É importante dizer também que as pessoas que possuam familiares diagnosticados com câncer devem redobrar a atenção. Afinal, a doença também tem influências genéticas.
O que fazer se suspeitar de câncer
A primeira coisa a fazer é procurar ajuda médica. Em consultório, o médico solicita alguns exames que avaliam as concentrações de algumas substâncias na corrente sanguínea. Os exames mais comuns são:
- PSA;
- CEA;
- CA 125.
Os exames de sangue representam apenas a primeira etapa do diagnóstico. Em seguida, o paciente é submetido a testes complementares, como:
- ressonância magnética;
- ecografia;
- tomografia;
- biópsia.
Os dois últimos variam de acordo com o grau de evolução do tumor. Esses 4 exames são cruciais para que o médico consiga avaliar o verdadeiro estado do órgão atingido pelo câncer.
Depois de confirmado o diagnóstico, o médico conversa com o paciente sobre as abordagens terapêuticas disponíveis. Também é nesse momento que o indivíduo é informado sobre a perspectiva de cura associada ao seu caso.
Por que é tão importante ficar atento aos sinais e sintomas de câncer?
As taxas de cura de um câncer são influenciadas por diferentes fatores. O tipo de tumor e o estágio em que se encontra são alguns exemplos. Em todos os casos, o tempo de descoberta da doença e o início do tratamento são determinantes para a conquista da cura.
Quanto mais avançado for o câncer e mais tempo levar para iniciar o tratamento, menos chances o paciente terá de ser curado. Essa é uma realidade difícil de ser superada, o que aumenta a importância de se atentar aos sintomas da doença.
Além disso, a rapidez do início do tratamento é igualmente decisiva para tentar impedir a metástase — caracterizada pela disseminação do câncer para outros órgãos do corpo.
Como surge o câncer
É importante a população entender que qualquer indivíduo está sujeito a desenvolver um câncer. O risco pode ser maior ou menor devido a muitos aspectos – como o histórico familiar favorável à doença, por exemplo. No entanto, ele aplica-se a todas as pessoas, independentemente da faixa etária, do sexo e da cor da pele.
As razões que levam ao desenvolvimento de um tumor maligno estão ligadas à produção excessiva de algumas células. O processo de síntese celular é ininterrupto em qualquer organismo humano. Porém, ocasionalmente ocorrem distúrbios que desencadeam a reprodução descontrolada de células.
As origens dessa proliferação descontrolada podem estar relacionadas com:
- ingestão exagerada de alimentos excessivamente gordurosos;
- contaminação do corpo por metais pesados, como bário, arsênio e cádmio;
- tabagismo;
- complicações de doenças pré-existentes.
Como é feito o tratamento
A escolha terapêutica depende da precocidade do diagnóstico, do tipo de tumor, do estágio da doença e da idade do paciente. Na sequência serão descritos os tratamentos adotados atualmente:
1) Cirurgia
O procedimento cirúrgico é a escolha adotada com a intenção de remover o tumor parcial ou totalmente, além dos tecidos adjacentes ao órgão afetado. A localização do câncer é determinante para a realização da cirurgia, que geralmente é indicada para os tumores situados na/no:
- boca;
- mama;
- cólon.
2) Radioterapia
A radioterapia baseia-se na emissão de íons sobre as células cancerígenas. Este tratamento tem o poder de reduzir as dimensões do câncer, além de ser um procedimento indolor.
O método pode ser aplicado no período anterior ou posterior à intervenção cirúrgica — se ela for realmente efetuada ou necessária. Embora a radioterapia não provoque dores, dificilmente o paciente ficará livre de manifestar pelo menos uma das seguintes reações adversas:
- diarreia;
- náuseas;
- vômito;
- aumento da sensibilidade cutânea;
- dificuldade para dormir.
A boa notícia é que esses efeitos secundários apenas ocorrem durante alguns dias, após as sessões. Por fim, é importante dizer que o paciente deve permanecer em repouso durante todo o período de convalescença.
3) Quimioterapia
Bem mais agressiva do que a radioterapia, a quimioterapia envolve a ingestão de uma potente composição medicamentosa, sendo que, alguns remédios são aplicados por via venosa em ambiente hospitalar.
Em alguns casos, o médico prescreve um único medicamento quimioterápico. A manifestação de reações adversas vai depender do tipo de remédio e da associação estabelecida entre ele e o organismo do paciente, e são elas:
- perda capilar;
- diarreia;
- diminuição da fertilidade;
- anemia;
- náuseas;
- vômito;
- lesões na boca.
A quimioterapia deve ser monitorada de muito perto. Se o período de tratamento quimioterápico for muito prolongado, ela pode dar origem a uma leucemia. Como esse tipo de tumor ataca os leucócitos (células de defesa do organismo), a imunidade corporal pode ficar ainda mais fragilizada.
4) Imunoterapia
A imunoterapia é uma forma de aprimorar os mecanismos de defesa do organismo. Desse modo, ele ganha dinamismo na hora de inibir a ação das células cancerígenas.
Para conseguir esse efeito, é necessário injetar determinadas substâncias no organismo. Os principais efeitos colaterais da imunoterapia incluem:
- febre;
- dores musculares;
- náuseas;
- cefaleia;
- coceira;
- erupções na pele.
5) Hormonoterapia
Caso haja alguma ligação entre o desenvolvimento do câncer e a atuação de alguns hormônios, estes devem ser controlados. Para isso são administrados medicamentos que diminuam as concentrações hormonais problemáticas para o paciente.
Entre as reações adversas mais comuns, estão:
- Alterações nos períodos menstruais;
- hipersensibilidade nos seios;
- cefaleia;
- dificuldade em engravidar;
- vômito;
- disfunção erétil.
6) Transplante de medula óssea
Uma das principais utilidades deste transplante é a tentativa de cura da leucemia. Com a substituição, o paciente passaria a ter uma medula óssea constituída por células saudáveis.
Contudo, o transplante não é uma opção de tratamento isolada. Primeiro o paciente precisa ser submetido a sessões de radioterapia e medicação quimioterápica. Somente depois ele poderá receber a nova medula óssea.
No entanto, o sucesso do transplante não é garantido, já que pode haver rejeição do organismo do indivíduo ao novo órgão. Caso a nova medula óssea seja bem-aceite, ainda há o risco de alguns efeitos colaterais, como anemia e alguns processos infecciosos.
7) Fosfoetanolamina
A fosfoetanolamina é uma substância estudada à cerca de 20 anos. Apesar de ser comercializada como suplemento, o seu uso é desvalorizado por muitos pesquisadores, já que, não existem evidências científicas suficientes para afirmar que o composto seja efetivo no combate ao câncer. Ainda são necessários mais estudos.
O câncer é uma doença que, se não for tratada logo e corretamente, pode levar qualquer indivíduo à morte, seja criança ou adulto. Portanto, trata-se de uma condição médica que merece a máxima atenção de médicos e pacientes.
Antes de pensar em se submeterem a um procedimento supostamente milagroso, as pessoas devem consultar oncologistas experientes sobre o assunto. Ninguém melhor do que um médico de confiança e atualizado para indicar os tratamentos mais viáveis do momento contra o câncer.
Dr. Diogo Olive Gomes - CRM/PR 34.257
Medicina de Família e Comunidade - RQE Nº: 23995
Homeopatia - RQE Nº: 23996
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Profissional graduado há 10 anos, pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Com Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade, pela Faculdade de Medicina da USP. E também com Título de Especialista em Homeopatia pela Associação Médica Brasileira.
Trabalhou como Auditor Médico pelo Exercito Brasileiro. Atua com Atenção Primária à Saúde na Saúde Suplementar, com experiência em atendimento de urgência e emergência, ambulatorial e domiciliar.
Hoje atua como Coordenador Médico de Ambulatório de Medicina de Família, dentro do Hospital da Cruz Vermelha - Regional Paraná. Atende também em Consultório Particular, como Homeopata. É diretor da Associação Médica Homeopatica do Paraná.
Também pode encontrar o Dr. Diogo no Linkedin, ou no Google.
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