A coceira na vagina é geralmente o primeiro sintoma de candidíase na gravidez, normalmente presente entre o primeiro e o segundo trimestre da gestação, consequência das oscilações hormonais nesta fase, que levam a uma redução do pH da vagina, e colaboram para o crescimento da população do fungo Candida albicans. Outros sintomas incluem o aumento das secreções expelidas pela vagina, geralmente de cor branca, esverdeada ou amarelada, semelhantes à consistência do queijo cottage.
A vagina é uma região extremante suscetível a infecções. Isso acontece porque o órgão reúne as condições ideais para a proliferação de micro-organismos. Entre os diversos agentes infecciosos que podem se desenvolver em demasia está o fungo Candida albicans, causador da candidíase.
O principal sintoma dessa doença é a coceira, que se amplifica principalmente durante o segundo trimestre da gestação do feto. Isso é consequência da oscilação de hormônios durante o período, o que por sua vez provoca uma redução da taxa do pH da vagina. Por fim, tem-se a reprodução descontrolada do fundo Candida e o início do quadro infeccioso.
Teste rápido para identificar se é candidíase
Existem alguns sinais que ajudam bastante a identificar a candidíase. Essa detecção ocorre apenas em um primeiro momento, pois ainda será necessário o diagnóstico clínico em consultório ginecológico. Conforme a quantidade desses 10 sintomas, a mulher deve buscar atendimento médico:
- 1. corrimento granulado e de coloração branca;
- 2. corrimento com tonalidade verde ou amarelado;
- 3. aparecimento de pequenas placas no interior vaginal;
- 4. surgimento de uma epiderme rugosa, áspera e bolinhas na vagina;
- 5. aspecto avermelhado e inflamação de toda a área da vagina;
- 6. coceira persistente e que se intensifica devido à utilização de lubrificante íntimo, produtos cosméticos ou calcinha de material sintético;
- 7. inchaço localizado nas extremidades da região vaginal (lábios vaginais);
- 8. aumento do corrimento;
- 9. vagina dolorida
- 10. sensação de ardor durante a micção ou relação sexual.
Alguns desses sintomas são comuns em outras doenças, como a infecção do trato urinário (ITU). Por sinal, a ITU é igualmente frequente no decorrer do período gestacional.
Isso reforça a importância de se determinar a causa exata de todo o mal-estar em um consultório médico. Um dos exames realizados para a confirmação é o clássico papanicolau.
O que fazer em caso de suspeita
Uma vez que a candidíase seja realmente identificada pelo ginecologista através do papanicolau ou outro exame necessário, a gestante será submetida a uma terapia com remédios específicos e à base de fungicidas como o Clotrimazol, disponíveis em pomada ou comprimidos.
Enquanto estiver dentro da barriga da mãe, o feto fica livre do contágio da candidíase. O problema pode surgir no decurso do parto normal. Nesse momento, os fungos são transmitidos ao bebê devido ao contato da boca com a região vaginal infectada. Além disso, o feto também pode retransmitir a doença quando estiver mamando leite nos seios da mãe. Se isso acontecer, a lactante sentirá uma dor bem incômoda.
Como curar a candidíase na gravidez
Em geral, o médico pode receitar medicamentos de via oral ou injetáveis diretamente no interior vaginal. A mulher deve usar os remédios de acordo com as instruções do obstetra. Em caso de dúvida, a mulher deve consultar a bula.
Uma medida que ameniza os sintomas é a utilização de compressas preparadas com água gelada sobre a região da vagina. Outra dica consiste em limpar a região vaginal com água gelada. Essas ações ajudam a diminuir o aspecto avermelhado da área, além de também amenizar as crises de coceira.
Finalmente, a alimentação deve ser regulada. O ideal é que a gestante consuma iogurte natural regularmente, pois os lactobacilos colaboram no equilíbrio da flora vaginal. Esse balanceamento acelera o processo de eliminação do excesso do fungo Candida.
Com os 8 sintomas apresentados, a confirmação das suspeitas de candidíase na gravidez fica bem facilitada. Contudo, a gestante jamais deve deixar de confirmar essa desconfiança em consultório médico.
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
.- Aguin TJ, et al. (2015). Vulvovaginal candidiasis in pregnancy [Abstract]. DOI:
10.1007/s11908-015-0462-0 - Belayneh M, et al. (2017). Recurrent vulvovaginal candidiasis.
cfp.ca/content/63/6/455 - Hainer BL, et al. (2011). Vaginitis: Diagnosis and treatment. DOI:
aafp.org/afp/2011/0401/p807.html#afp20110401p807-t1 - Mølgaard-Nielsen D, et al. (2016). Association between use of oral fluconazole during pregnancy and risk of spontaneous abortion and stillbirth. DOI:
10.1001/jama.2015.17844 - Oakley A. (2017). Vulvovaginal candidiasis.
dermnetnz.org/topics/vulvovaginal-candidiasis - Sobel JD. (2017). Patient education: Vaginal discharge in adult women (Beyond the Basics).
uptodate.com/contents/vaginal-discharge-in-adult-women-beyond-the-basics - Soper DE. (2015). Candidal vaginitis.
merckmanuals.com/professional/gynecology-and-obstetrics/vaginitis,-cervicitis,-and-pelvic-inflammatory-disease-pid/candidal-vaginitis - Tobah YB. (2015). What’s the best way to treat a yeast infection during pregnancy?
mayoclinic.org/diseases-conditions/vaginitis/expert-answers/yeast-infection-during-pregnancy/faq-20058355 - Vulvovaginal candidiasis. (2015).
cdc.gov/std/tg2015/candidiasis.htm - Zisova LG, et al. (2016). Vulvovaginal candidiasis in pregnant women and its importance for Candida colonization of newborns. DOI:
10.1515/folmed-2016-0018
Ajude-nos a melhorar a informação do Educar Saúde.
Encontrou um erro? Está faltando a informação que está procurando? Se ficou com alguma dúvida ou encontrou algum erro escreva-nos para que possamos verificar e melhorar o conteúdo. Não lhe iremos responder diretamente. Se pretende uma resposta use a nossa página de Contato.