O aspecto avermelhado de algumas áreas dos órgãos genitais e a coceira excessiva são as evidências mais comuns de candidíase, geralmente acompanhadas por um corrimento espesso, branco ou acinzentado. No entanto, esses sintomas de candidíase apenas se referem à genitália, ou seja, a vagina e o pênis.
Você sabia que a doença também se pode manifestar na epiderme e na boca, por exemplo? Em quadros mais insólitos, ela pode até ocorrer na corrente sanguínea, e afetar órgãos internos, como o fígado, intestino e baço. Seja como for, o importante é estar atento aos sintomas que variam de acordo com a zona do corpo atingida pelo fungo Candida.
Para eliminar o problema, são necessárias cerca de 3 semanas de terapia com medicamentos antifúngicos. A forma de uso varia entre a oral e a tópica, que dependerá da orientação médica após a avaliação de cada caso.
Candidíase genital feminina ou masculina
Na maioria das vezes, as pessoas não se contaminam com a candidíase através da atividade sexual. É por essa razão que não se trata de uma DST (doença sexualmente transmissível).
Na verdade, a candidíase surge devido ao enfraquecimento do sistema imunológico. Ela também pode ocorrer em situações específicas, como a gestação, momento marcado por alterações do pH da vagina. Há também a candidíase associada à ingestão de alguns medicamentos, como os corticosteroides e os antibióticos.
Quando se desenvolve na região genital, esses são os sintomas mais frequentes da doença:
- pele irritada e com intenso aspecto avermelhado;
- coceira persistente;
- sensações dolorosas durante a saída da urina;
- formação de placas brancas na glande peniana ou no interior vaginal;
- dores durante a prática sexual com penetração;
- corrimento granuloso e com coloração branca.
Vale destacar que, entre os homens, a candidíase costuma ser assintomática. Com isso, sempre a que parceira estiver contaminada é praticamente certo que o parceiro também apresente um quadro de candidíase. Logo, ambos precisam se tratar ao mesmo tempo. Veja como é realizado o tratamento para curar a candidíase genital.
Candidíase na pele
O fungo causador da candidíase costuma se acumular nas regiões em que há dobras de pele. Então, é comum que a doença apareça nessas áreas corporais:
- perto do umbigo;
- parte anterior dos joelhos;
- na coluna cervical (se houver excesso de pele);
- região mamária.
Os sintomas são ardência, irritação cutânea e vermelhidão (consequência da coceira, outra evidência do problema). Quando afeta as unhas, a patologia assume o nome de micose, responsável pelos seguintes sintomas:
- aumento da grossura das unhas;
- deformidade das unhas;
- aspecto amarelado;
- liberação de secreção purulenta;
- dores.
A micose é um problema que provoca muito incômodo. O tratamento consiste na adoção de esmaltes específicos, loções ou pomadas. Caso nenhum desses produtos seja efetivo na cura, os dermatologistas podem prescrever um tratamento medicamentoso oral.
Candidíase na boca e garganta
Ao atingir a região da boca, a candidíase causa queilite angular ou afta. Ambas são lesões que podem provocar os seguintes sintomas:
- placas esbranquiçadas na língua;
- problemas na hora de comer;
- dores;
- feridas nas extremidades dos lábios.
Essas lesões também podem provocar dores na cavidade interior das bochechas, além do palato e da língua. Algumas pessoas podem apresentar candidíase na garganta. Neste caso, também há formação de placas e aftas. No entanto, elas não são dolorosas.
A candidíase na boca é tratada mediante o uso de enxaguantes bucais com ação antifúngica. Além disso, é preciso que o paciente adote os seguintes hábitos simultaneamente ao período de tratamento:
- evitar fontes alimentares com excesso de açúcar ou gordura, como sobremesas adocicadas, chocolates, biscoitos recheados e bolos;
- praticar a escovação dental ao menos 3 vezes ao longo do dia.
Candidíase intestinal
A candidíase intestinal acomete os indivíduos que estejam com a imunidade do organismo extremamente debilitada. Esse é um quadro comum em pacientes que possuem algum tumor maligno ou uma doença imunossupressora — a AIDS é um bom exemplo. Os principais sintomas são:
- aparecimento de placas esbranquiçadas na massa fecal;
- flatulência excessiva;
- indisposição física fora do normal e constante.
Como é possível notar, esses sintomas são comuns a outras patologias. A certeza de que se trata de candidíase é obtida somente após uma avaliação clínica. Além de investigar as fezes do paciente, o médico também pode realizar uma colonoscopia — um tipo de endoscopia.
Como curar a candidíase
A terapia varia de acordo com a área do corpo acometida pela candidíase. De qualquer forma, qualquer tratamento terá a adição de compostos antifúngicos. Essas medicações (a nistatina é muito usada) estão disponíveis sob as formas líquida, em comprimido e tópica.
Na sequência mostramos os remédios mais comuns para:
Candidíase na boca ou garganta
- nistatina;
- fluconazol.
A posologia costuma ser de até 7 dias de uso.
Tratamento natural: É necessário que o paciente evite tabagismo, além de suspender o consumo de bebidas alcoólicas e refeições com excesso de açúcar. Os dentes devem ser escovados diariamente — com uma frequência de 3 vezes.
Candidíase genital feminina ou masculina
- fluconazol;
- clotrimazol;
- gyno-dartarin.
O paciente precisa usar os medicamentos até 7 dias.
Tratamento natural: Não praticar sexo com o parceiro durante 14 dias. A mulher ainda deve evitar roupa íntima com tecido sintético. Quanto ao uso de absorventes, ela não deve permanecer com o mesmo por um período superior a 3 horas — aproximadamente.
Candidíase intestinal
- fluconazol;
- anfotericina B;
É preciso manter o consumo do remédio por até 7 dias.
Tratamento natural: Nesse caso, é importante efetuar uma readequação alimentar, priorizando alimentos com baixos teores de açúcar e gordura. Simultaneamente, é interessante ingerir iogurtes com lactobacilos.
Candidíase na pele ou unhas
- diflucan;
O tratamento com esse medicamento tópico varia entre 3 e 6 meses.
Tratamento natural: O paciente precisa manter a região afetada o mais seca possível. Caso necessário, as mãos devem ser cobertas com luvas emborrachadas. Quanto aos pés, é recomendável substituir os pares de meias todos os dias, além de evitar caminhar com os pés descalços.
Já o tratamento da candidíase que atinge rins, bexiga ou a corrente sanguínea é intravenoso. O procedimento deve ser conduzido em ambiente hospitalar durante 2 semanas.
A alimentação, em qualquer um dos casos, deve ser predominantemente composta de itens que diminuam a acidez da corrente sanguínea. Uma receita aconselhável para ajudar na cura é espremer 1 limão em 1 L de água. Essa bebida deve ser ingerida sempre que o paciente estiver com sede.
O que pode causar
Ambientes úmidos ou com temperaturas elevadas favorecem o desenvolvimento da candidíase. Outros aspectos que colaboram para a patologia são:
- relação sexual sem uso de preservativo;
- compartilhamento de toalhas;
- estresse excessivo;
- diarreia prolongada;
- consumo de antibióticos por períodos muito longos;
- quimioterapia durante um intervalo alongado;
- constipação intestinal;
- demora na troca do absorvente;
- utilização de roupas íntimas com material sintético.
Ao longo do artigo, foram mencionados os sintomas de candidíase para os diversos locais afetados pela doença. Independentemente do contexto, deve-se frisar que a doença está intimamente ligada ao comprometimento das ações de defesa do organismo contra micro-organismos nocivos.
Esse é o contexto criado por grandes variações hormonais e até mesmo pela presença de outras patologias, como o diabetes e a AIDS. As mulheres devem ficar especialmente atentas aos períodos menstruais e à gravidez, pois são fases em que a taxa de hormônios sofre uma profunda oscilação.
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
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.- Thrush in men and women – NHS (Acessado em 2018)
https://www.nhs.uk/conditions/thrush-in-men-and-women/ - Candida Infections of the Mouth, Throat, and Esophagus. Centers for Disease Control and Prevention. https://www.cdc.gov/fungal/diseases/candidiasis/thrush/index.html#risk.
- Hoare A, Marsh PD, Diaz PI. Ecological Therapeutic Opportunities for Oral Diseases. Microbiology Spectrum. 2017;5(4):10.1128/microbiolspec.BAD-0006-2016. doi:10.1128/microbiolspec.BAD-0006-2016.
- Oral Thrush (Mouth Thrush). National Health Service. https://www.nhs.uk/conditions/oral-thrush-mouth-thrush/.
- Thrush—Children and Adults. MedlinePlus. https://medlineplus.gov/ency/article/000626.htm.
- Pappas PG, Kauffman CA, Andes DR, et al. Clinical Practice Guideline for the Management of Candidiasis: 2016 Update by the Infectious Diseases Society of America. Clinical Infectious Diseases: An Official Publication of the Infectious Diseases Society of America. 2016;62(4):e1-e50. doi:10.1093/cid/civ933.
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