Transmitida pelo protozoário Trichomonas vaginalis, a tricomoníase merece algum grau de atenção. Isso porque o não tratamento da doença pode gerar graves complicações para os pacientes. Diante disso, é fundamental que homens e mulheres aprendam a identificar os sintomas da tricomoníase, que incluem, dor e ardor durante a micção, desejo constante de urinar, secreção da uretra, coceira e irritação no interior do pênis.
Essa aprendizagem diminui o tempo de uma consulta e possível confirmação do diagnóstico, que pode ser feito pelo urologista (no caso dos homens) ou ginecologista (no caso das mulheres) através de alguns exames físicos e análises de laboratório.
Entenda que, quando tratada a tempo a doença oferece um índice de cura bastante elevado. A prescrição comum nestes casos geralmente inclui a administração de medicamentos antibióticos. O Metronidazol e o Tinidazol são alguns exemplos.
Este Guia tem o objetivo de apresentar as manifestações mais comuns desencadeadas pelo parasita trichomonas vaginal e assim acelerar a identificação e o tratamento da infecção.
Os 7 Principais Sintomas
O quadro sintomático de homens e mulheres exibe algumas diferenças. No corpo feminino a tricomoníase pode causar:
- dores durante a liberação da urina;
- cor avermelhada muito intensa na região da vagina;
- aumento da necessidade de ir ao banheiro para urinar;
- corrimentos com cheiro forte, fétido e coloração atípica (a secreção assume uma cor acinzentada, esverdeada, amarelada ou esbranquiçada; qualquer uma delas indica que há uma anormalidade);
- aparecimento de vestígios de sangue oriundos da vagina;
- ardência na área da vagina seguida de coceira insistente no local.
Some-se a todos esses sintomas as dores que a mulher com a infecção tende a sentir durante a atividade sexual, que prejudica bastante a qualidade do relacionamento afetivo com o parceiro, além de gerar frustração e ansiedade. Entenda O que fazer para aliviar os sintomas e curar a tricomoníase.
O aumento da baixa-autoestima pode levar a mulher a ficar mais propensa a desenvolver transtornos psicológicos, como a depressão e, equivocadamente, levá-la a acreditar que é incapaz de proporcionar prazer ao parceiro.
Nos homens afetados, a doença costuma manifestar-se através de:
- grande necessidade de urinar quase o tempo todo;
- liberação de uma secreção com odor desagradável;
- ardência ao ejacular o esperma e também durante a saída da urina;
- coceira persistente na região genital.
A falta de sinais indicativos da doença atrasa o início do tratamento, tornando o diagnóstico muito tardio. Cerca de 7 em cada 10 pessoas não apresentam sinais de infecção.
Como é realizado o Diagnóstico
A presença de algum sintoma indica que o indivíduo deve consultar o urologista (para homens) ou ginecologista (para mulheres) imediatamente.
Inicialmente o médico realiza um exame físico. Em seguida são realizados alguns testes simples (coleta de urina, ou um esfregaço nos genitais, para colher amostras das secreções do pênis ou vagina), que posteriormente são analisadas em laboratório.
A realização dessa análise laboratorial é praticamente obrigatória para concluir o diagnóstico. Afinal, o quadro sintomático característico da tricomoníase também é comum a outras patologias.
Como é feito o tratamento
O tratamento da tricomoníase é realizado com base na administração de substâncias antibióticas capazes de combater o protozoário causador da doença. Dois dos remédios mais receitados são o Tinidazol e o Metronidazol.
- Tinidazol: elimina e impede a multiplicação dos protozoários causadores da doença (também é usado em outras doenças venéreas).
- Metronidazol: pode ser prescrito em pomada ou comprimidos. Existem versões de dose única que são por vezes o suficiente, embora possa ser necessário outro tipo de versão e administração.
Pelo fato de a tricomoníase ser uma DST, os parceiros envolvidos no tratamento não podem manter nenhum tipo de relação sexual durante o processo de cura. Mesmo depois da finalização do tratamento, é recomendável que a prática sexual só retorne 8 dias depois. Essas precauções são vitais para que a cura seja completa e, inclusive, para evitar novas contaminações durante a terapia. O consumo de álcool e outras substâncias também está proibido durante o tratamento, já que interfe na ação do medicamento.
Caso a pessoa infectada tenha múltiplos parceiros sexuais, o ideal seria informar cada um deles sobre o problema. Dessa forma, todos poderão passar pelo diagnóstico e tratamento (se necessário).
O tratamento da Trichomonas vaginalis não deve ser ignorado, uma vez que aumenta a probabilidade de contaminação de outras DSTs, como a gonorreia e a AIDS. No caso das gestantes que contraiam o parasita, existe também o risco real de o bebê nascer com alguma malformação ou de forma prematura. Conheça mais sobre o tratamento da tricomoníase.
Como foi possível perceber neste Guia, trata-se de uma doença por vezes silenciosa e que pode provocar consequências preocupantes, principalmente durante a gravidez. Saber identificar os sintomas diminui significativamente o tempo do início do tratamento.
A maneira mais fácil de evitar possíveis DSTs é a sua prevenção, através da profilaxia (uso de preservativos ou outros métodos de barreira).
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
.- Hobbs, M., Seña, E.C., Swygard H. & Schwebke, J. (2008) Trichomonas vaginalis and Trichomoniasis. In: KK Holmes, PF Sparling, WE Stamm, P Piot, JN Wasserheit, L Corey, MS Cohen, DH Watts (editors). Sexually Transmitted Diseases, 4th edition. New York: McGraw-Hill, 771-793.
- Ministério da Saúde
- American Sexual Health Association (ASHA)
- Mayo Clinic
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC)
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