Exames que confirmam a diabetes

Existem vários testes de diagnóstico usados para identificar se o indivíduo tem ou não diabetes. Eles consistem na coleta de amostras de sangue ou urina e sua posterior análise, para determinar os níveis de glicose. Em alguns casos é necessário ingerir uma quantidade pré estabelecida de glicose para medir a capacidade do corpo em metabolizá-la.

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Os novos métodos de monitorização contínua da glicose no espaço intersticial, constituem um grande avanço no manejo destes pacientes. Através de técnicas minimamente invasivas, como a inserção de um sensor na parede anterior do abdômen, é possível obter os valores de glicose durante aproximadamente 72 horas, permitindo avaliar as flutuações glicêmicas com o objetivo de melhorar o seu controle metabólico.

A tabela abaixo resume os resultados de alguns testes usados para confirmar o diagnóstico de diabetes.

TesteResultadoDiagnóstico
Exame de Sangue

(glicose em jejum)

menor que 110 mg/dlNormal
maior que 126 mg/dlDiabetes
Picada no dedo

(sem necessidade de jejum)

menor que 200 mg/dlNormal
maior que 200 mg/dlDiabetes
Hemoglobina Glicadamenor que 5,7%Normal
maior que 6,5%Diabetes
Teste de tolerância à glicose

(Exame de Curva Glicêmica)

menor que 140 mg/dlNormal
maior que 200 mg/dlDiabetes

Testes Para Diagnosticar A Diabetes

Glicose plasmática

A presença de glicose em concentrações maiores que 200 mg/dl. (11,1 mmol/l.) no plasma venoso em jejum é compatível com o diagnóstico de diabetes mellitus se tiver sido apresentado pelo menos duas vezes sem outra causa que o justifique.

Valores inferiores a 115 mg / dl. (6,4 mmol / l.) excluem o diagnóstico.

É importante referir que o nível sanguíneo de glicose é menor no sangue venoso que no sangue arterial e capilar (sangue obtido a partir da ponta do dedo), de modo que o nível de glicose é determinado pelo ponto de recolha do sangue.

Glicose urinária

Se o limite de glicose no sangue for excedido, situado entre 160 e 180 mg/dl. (9-10 mmol / l), a glicose passa para a urina. Evento que recebe o nome de glicosúria. Como teste de diagnóstico, tem um valor limitado devido ao grau variável que pode ocorrer. No entanto, a sua análise é de interesse em exames urinários de rotina para a detecção de alterações.

Teste de glicemia capilar

Este teste refere-se á simples picada no dedo, realizada com o uso do equipamento de medição rápida de glicose, encontrado na maioria das farmácias. O resultado é imediato e não existe a necessidade de fazer jejum. O resultado é positivo se for superior a 200 mg/dl, devendo ser posteriormente validado através de exame de sangue.

Exame de Curva Glicêmica

Este teste mede a capacidade do organismo em metabolizar a glicose. É o principal teste diagnóstico para diabetes mellitus. Consiste em submeter o organismo a uma quantidade padrão de glicose. É realizado com 75 g de glicose oral ou com 1,75 g/kg. de peso até 75 g., no caso de crianças. Acompanha-se com 400 ml de água e ingere-se em cerca de 5-10 minutos. Após 2 horas é coletada uma amostra de sangue para realizar a medição.

Normalmente a curva, se houver boa absorção, deve superar em algum momento os 200 mg/dl., e normalizar aos 120 minutos, com valores inferiores a 140 mg/dl.

É considerado um estado de intolerância à glicose (situação que é reversível com o tratamento adequado), se aos 120 minutos, a concentração plasmática de glicose estiver entre 140 e 200 mg/dL. Acima desse limite, o resultado é compatível com um estado de diabetes mellitus. Resumindo, os resultados do exame podem ser:

  • Normal: menor do que 140 mg/dl;
  • Risco de diabetes: entre 141 e 199 mg/dl;
  • Diabetes: maior do que 200 mg/dl.

Teste de O’Sullivan

É realizado durante o sexto ou sétimo mês de gestação e visa descartar ou detetar precocemente situações de diabetes durante a gravidez. É coletada uma amostra de sangue uma hora após a ingestão de 50 g. de glicose. No teste não devem ser excedidos os 140 mg/dl.  Os níveis máximos de normalidade são de 105, 190, 165 e 145 mg/dl, respetivamente.

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Insulina ou peptídeo C

Tanto na extração basal quanto após a sobrecarga, pode ser interessante conhecer as alterações da insulina plasmática. Pode ser usado o peptídeo C (fragmento inativo liberado pelo pâncreas na proporção de 1 para 1 do hormônio) para avaliar a produção pancreática residual de insulina se o paciente injetar insulina.

No diabetes mellitus tipo 1, a produção do hormônio é praticamente nula, ao passo que no diabetes mellitus tipo 2 tende a ser elevada para vencer a resistência dos tecidos à sua ação.

Teste da hemoglobina glicada

Os níveis de hemoglobina glicada são medidos através do exame de sangue normal. Os resultados do teste podem ser:

  • Normal: menor do que 5,7%;
  • Risco de diabetes: entre 5,7 e 6,5 %;
  • Diabetes: maior do que 6,5 %.

Quem deve fazer

Estes exames estão indicados para todos os indivíduos que exibam sintomas de diabetes e até mesmo gestantes, para evitar problemas ligados a níveis elevados de açúcar no sangue durante a gravidez.

Além do mais, pessoas emagrecendo sem causa aparente, em especial crianças e adolescentes, também necessitam realizar exames de glicemia para identificar a probabilidade de diabetes tipo 1.

Saiba mais sobre Diabetes Mellitus…

O diabetes mellitus é caracterizado principalmente pela presença de concentrações elevadas de glicose no sangue (hiperglicemia). Deve-se alterações na ação da insulina ou à ausência desse hormônio, que ocorre no pâncreas para permitir a captação de glicose pelos tecidos que o utilizam como combustível.

Diabetes mellitus tipo 1 ocorre devido à destruição da origem auto-imune das células b do pâncreas e leva à deficiência absoluta de insulina.

Numa percentagem elevada de pacientes, detetam-se anticorpos anti-células b (ICAs), anticorpos anti-Insulina  (IAA) e anticorpos anti descarboxilase do ácido glutâmico (GAD).

Esses anticorpos podem ser detetados antes do início da doença, o que lhes confere um grande interesse preditivo.

Sintomas de diabetes tipo 1

Os principais sintomas antes do diagnóstico geralmente são fadiga, perda de peso, sede intensa e produção contínua de urina, mesmo à noite.

É especialmente grave a elevação descontrolada de glicose no sangue e os chamados corpos cetônicos (que se produzem no fígado por um excesso de gorduras liberadas na circulação em situações de elevada insulino-deficiência) já que, sem tratamento, é potencialmente mortal quando se chega ao extremo chamado “coma cetoacidótico“.

Sintomas de diabetes tipo 2

O diabetes mellitus tipo 2 é caracterizado precisamente por ser praticamente assintomático nos seus estágios iniciais. Este é o grande problema.

Tipos de diabetes

Tipo 1: Não é produzida insulina devido à destruição das células beta do pâncreas por um ataque provocado pelo próprio organismo.

Tipo 2: O excesso de peso produz uma resistência à ação da insulina e leva a alterações no fígado, pâncreas e músculos.

Diabetes gestacional: Ocorre durante a gravidez e está associada a um aumento de problemas na mãe e no bebê que podem ser evitados com um bom controle metabólico.

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Outros tipos: Existem outras classificações como a diabetes tipo MODY (Maturity-Onset Diabetes of the Young) ou a diabetes secundária a outras doenças ou devido ao uso de produtos químicos ou drogas.

Fatores de risco

  • Obesidade
  • História familiar.
  • Diabetes durante gestações anteriores ou crianças ao nascer com peso superior a 4 kg.
  • Hipertensão arterial.
  • Colesterol ou triglicerídeos elevados.
Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Dr. Marcelo Amarante (Médico de família e comunidade - CRM-RS: 42408 - RQE Nº 29881)

Identificação profissional: CRM-RS: 42408

- Médico do trabalho - RQE Nº: 29800

- Médico do tráfego - RQE Nº: 29858

- Médico de família e comunidade - RQE Nº: 29881

Consultar > Currículo Lattes.

O Dr. Marcelo Henrique Oliveira Amarante é um Médico graduado pela FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS (FCMMG), uma instituição da FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO (FELUMA).

Especializando em Psiquiatria pelo Centro de Estudos Cyro Martins (CCYM), especialização acreditada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Aprovado em prova para obtenção de Título de Especialista em Medicina do Trabalho, aplicada pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).

Aprovado em prova para obtenção de Título de Especialista em Medicina de Tráfego, aplicada pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).

Aprovado em prova para obtenção de Título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade, aplicada pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).

Possui especialização em Higiene Ocupacional pela FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS. Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Especialização Master of Business Administration (MBA) em Auditoria em Saúde. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Medicina de Família e Comunidade, Clínica Médica, Auditoria/Regulação em Saúde, Perícias Médicas, Higiene Ocupacional, Ergonomia, Medicina do Trabalho e Medicina de Tráfego.

Atuação Profissional:

- Médico da LATAM Airlines;

- Médico da GOL Linhas Aéreas Inteligentes;

- Médico da Proforte, uma empresa do Grupo Protege;

- Superintendente Regulador/Auditor do SUS.

Também pode encontrar o Dr. Marcelo no Linkedin.

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    Última atualização da página em 08/09/24