Um dos sintomas comuns de câncer do pulmão é a presença de tosse com sangue (hemoptise), termo médico usado para descrever a presença de sangue na expectoração (escarro ou catarro) expelido dos pulmões.
O que causa tosse com sangue?
A expectoração é uma mistura de saliva e muco que você expulsa pela boca (cospe). No caso da expectoração com sangue, ela normalmente vem de algum lugar ao longo de todo o trato respiratório, que inclui:
- boca;
- garganta;
- nariz;
- pulmões;
- passagens aéreas que levam aos pulmões.
Por vezes, a tosse com sangue é um sintoma de uma condição médica séria. No entanto, o escarro ou catarro com vestigios de sangue é uma ocorrência relativamente comum, não sendo normalmente motivo para grande preocupação.
Mas fique atento, porque tossir sangue com pouca ou nenhuma expectoração (tosse seca), indica que deve procurar atendimento médico imediato.
Causas
As causas mais comuns de expectoração sanguinolenta incluem:
- tosse prolongada e severa;
- bronquite;
- lesões nas vias aéreas
- hemorragias nasais;
- outras infecções torácicas.
As causas mais graves de escarro com sangue podem incluir:
- câncer de pulmão ou câncer de garganta;
- pneumonia;
- embolia pulmonar ou coágulo de sangue no pulmão;
- edema pulmonar ou líquido nos pulmões;
- aspiração pulmonar ou respiração de material estranho no pulmão;
- fibrose cística;
- bronquiectasia
- algumas infecções, como a tuberculose,
- tomar anticoagulantes;
- trauma no sistema respiratório.
As infecções das vias respiratórias inferiores ou a inalação de objetos estranhos, são normalmente as causas prováveis de tosse com vestigios de sangue em bebês e crianças.
Quando devo consultar o médico
Você deve contactar o médico (de preferência pneumologista) imediatamente se tiver algum dos seguintes sintomas:
- Tossir principalmente sangue, com pouca expectoração;
- falta de ar ou dificuldade em respirar;
- fraqueza;
- tontura;
- suando;
- ritmo cardíaco acelerado;
- perda de peso inexplicada;
- fadiga;
- dor no peito;
- sangue na urina ou fezes.
Qualquer um dos sintomas descritos acima está associado a condições médicas graves.
Diagnóstico
Na consulta o médico geralmente começa por perguntar se houve alguma causa perceptível para esse sangramento, tal como:
- uma tosse forte e prolongada;
- uma febre;
- uma gripe;
- bronquite.
O médico também vai querer saber:
- há quanto tempo você tem essa expectoração com sangue;
- como o escarro se parece;
- quantas vezes isso ocorre por dia;
- a quantidade de sangue presente no catarro.
De seguida ele escuta os seus pulmões enquanto você respira, e procura por sintomas preocupantes, como um ritmo cardíaco acelerado, sibilos ou crepitações.
Quando restam dúvidas, o médico recorre a outros exames para ajudar a alcançar o diagnóstico:
A radiografia de tórax é usada para diagnosticar uma variedade de condições, sendo neste caso um dos primeiros exames de imagem pedidos pelo médico.
Pode também ser solicitada uma tomografia computadorizada de tórax para fornecer uma imagem mais clara dos tecidos moles para avaliação.
A broncoscopia é outro exame por vezes necessário, usado para examinar as vias aéreas na busca de obstruções ou anormalidades, através de um broncoscópio.
Por vezes são também necessários exames de sangue para diagnosticar possíveis condições, determinar o quão fino é o sangue do paciente, e verificar se ele perdeu muito sangue.
Sempre que o médico verifica anomalias estruturais nos pulmões, ele pede uma biópsia (onde é removida uma amostra de tecido dos pulmões e enviada para laboratório e análise).
Como é feito o tratamento da tosse com sangue
O tratamento da expectoração com sangue passa por tratar a condição subjacente causadora desse sangramento. Em alguns casos, envolve simplesmente a redução da inflamação ou outros sintomas relacionados.
O tratamento pode incluir:
- A toma de antibióticos orais, no caso infecções como a pneumonia bacteriana;
- A toma de medicamentos antivirais, como o oseltamivir (Tamiflu), para reduzir a duração ou gravidade de uma infecção viral;
- Uso de antitússicos ou supressores da tosse, nos casos de tosse prolongada;
- Beber mais água, o que pode ajudar a expulsar a fleuma (muco) ainda presente no interior;
- Cirurgia para tratar um tumor ou coágulo sanguíneo.
No caso das pessoas que estão tossindo grandes quantidades de sangue, o tratamento inicial concentra-se em parar o sangramento, evitando assim a aspiração, que ocorre quando um material estranho penetra nos pulmões.
Consulte o médico antes de usar qualquer inibidor de tosse (droga antitussiva), mesmo que conheça a causa do problema. Os supressores da tosse podem levar a obstruções das vias aéreas ou manter a expectoração presa nos pulmões, prolongando e agravando uma infecção.
O que posso fazer para prevenir
Por vezes a tosse com sangue é um sintoma de uma condição inevitável, no entanto, existem métodos disponíveis para ajudar a prevenir alguns casos. A primeira linha de prevenção é tomar medidas para evitar infecções respiratórias.
Para evitar o sintoma você pode seguir os seguintes passos:
Pare de fumar se você é fumador. Fumar provoca irritação e inflamação, e também aumenta o risco de doenças graves, como caso do câncer de pulmão.
Sempre que sentir uma infecção respiratória chegando, beba mais água! Beber água ajuda a diluir e a expulsar a fleuma presente.
Embora por vezes não seja fácil, tente manter a casa livre de pó, porque, como é fácil de respirar, ele pode facilmente irritar os pulmões e piorar os sintomas se tiver doença pulmonar obstrutiva crónica ou crônica (DPOC), asma ou alguma infecção pulmonar. O mofo e o bolor são outros 2 participantes que podem levar a infecções respiratórias e irritação.
Tossir catarro amarelo e verde são ambos um sinal de infecção respiratória. Nestes casos recomenda-se uma consulta médica com antecedência para prevenir complicações ou o agravamento dos sintomas mais tarde.
Dr. Diogo Olive Gomes - CRM/PR 34.257
Medicina de Família e Comunidade - RQE Nº: 23995
Homeopatia - RQE Nº: 23996
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Profissional graduado há 10 anos, pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Com Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade, pela Faculdade de Medicina da USP. E também com Título de Especialista em Homeopatia pela Associação Médica Brasileira.
Trabalhou como Auditor Médico pelo Exercito Brasileiro. Atua com Atenção Primária à Saúde na Saúde Suplementar, com experiência em atendimento de urgência e emergência, ambulatorial e domiciliar.
Hoje atua como Coordenador Médico de Ambulatório de Medicina de Família, dentro do Hospital da Cruz Vermelha - Regional Paraná. Atende também em Consultório Particular, como Homeopata. É diretor da Associação Médica Homeopatica do Paraná.
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