Trabalho de Parto

Revisão Clínica: Reinaldo Rodrigues (Enfermeiro - Coren nº 491692). Atualizado: 09/09/24

O trabalho de parto é um conjunto de passos seguidos pelo seu útero (ventre) para dar à luz o seu bebé. Não se sabe ao certo o que é que provoca o início do trabalho de parto.

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As hormonas produzidas por si e pelo seu bebé e as alterações no útero podem ajudar a iniciar o trabalho de parto. Não existe forma de saber quando é que o trabalho de parto inicia nem quando é que o bebé vai nascer.

Mas há sinais que pode detectar e coisas que pode fazer para se preparar.

O que significa a data prevista?

O seu médico deu-lhe uma data prevista, que é uma ideia aproximada de quando o seu bebé vai nascer. Esta data é apenas uma referência e não significa que o seu bebé vá nascer nesse dia.

A maioria das mulheres não dá à luz na data prevista. Não deverá ficar preocupada se não der à luz na data prevista; o trabalho de parto pode iniciar-se 2 semanas antes ou depois da data prevista e continuar a ser normal.

Sintomas de trabalho de parto?

O seu útero é um músculo que contrai e relaxa. Uma contracção ajuda a empurrar o bebé através da vagina. O tempo das contracções é uma forma de saber se está em trabalho de parto.

Meça o tempo que dura cada contracção e o espaço de tempo entre cada uma delas.

Anote esta informação durante 1 hora. Telefone ao seu médico se as suas contracções estiverem no ponto combinado entre si e o médico.

Se estiver mesmo em trabalho de parto, cada contracção demora entre 30 a 60 segundos. As contracções aparecem e desaparecem a períodos regulares.

As suas contracções ficam mais fortes e mais próximas à medida que entra em trabalho de parto. Também terá mais dores entre as contracções à medida que se forem tornando mais frequentes. As contracções não desaparecem quando se mexe ou se deita.

Por vezes é difícil cronometrar as contracções correctamente por as dores do trabalho de parto não serem fortes. Pode querer contactar o médico se pensar que está a entrar em trabalho de parto.

Pode ter falsas dores de parto durante a gravidez. Por vezes é difícil saber se as que está a ter correspondem verdadeiramente a trabalho de parto.

Pode ser necessário fazer um exame vaginal (“exame interno”) para saber se está mesmo em trabalho de parto. Os médicos poderão determinar, através das alterações no colo do útero, se realmente já entrou em trabalho de parto.

O que é que acontece durante o trabalho de parto?

A seguir estão 3 fases (partes) do trabalho de parto:

Fase 1: O cérvix ou o colo é a parte inferior do útero (ventre). Durante a primeira parte do trabalho de parto, à medida que o seu útero contrai o colo dilata. Após dilatação completa o bebé pode passar através do colo para a vagina.

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Fase 2: Esta é a fase que termina com o nascimento do bebé. Durante esta fase, o útero continua a contrair-se para empurrar o bebé através do canal de nascimento.

Fase 3: Esta é a última fase do trabalho de parto. É quando a placenta sai do útero através da vagina. A placenta é o tecido que a liga ao bebé. A sua função é fornecer alimento ao bebé e eliminar os produtos do metabolismo fetal.

Tratamento

Será internada no hospital se as suas contracções forem fortes e se ficarem mais próximas umas das outras. Outros motivos para ir para o hospital são: a rotura da bolsa das águas ou se estiver a ter hemorragias.

Lidar com a situação

O trabalho de parto e o parto podem ser momentos emocionantes, mas assustadores. Esta sensação pode ser diminuída se souber o que deve procurar e o que deve esperar.

A grávida e uma pessoa de apoio poderão assistir a aulas de preparação para o trabalho de parto e para o parto. Poderá enfrentar estas duas fases com maior conforto e controlo se estiver preparada.

Trabalho de parto

Actividade: Pode andar e mudar de posições durante o trabalho de parto. O facto de andar pode ajudar a acelerar o trabalho de parto. O seu médico informa-a se pode estar de pé enquanto está em trabalho de parto.

Anestesia: É um medicamento para que se sinta confortável durante o trabalho de parto e o parto. Pode estar acordada ou completamente a dormir. Junto com o seu médico decida qual é o melhor tipo de anestesia para o seu caso.

Peça ao seu médico a Nota de tratamento sobre a anestesia no caso de querer obter mais informações sobre a anestesia. Os diferentes tipos de anestesia utilizados para o trabalho de parto e o parto são:

Anestesia epidural: É um medicamento colocado nas costas através de um tubo pequeno. O tubo é deixado no lugar para lhe administrar mais medicamentos mais tarde, se for necessário.

Estará acordada durante o trabalho de parto e o parto, mas anestesiada abaixo da cintura. Voltará a sentir as pernas quando passar o efeito do medicamento.

Anestesia geral: Este medicamento é administrado como um líquido através de uma veia. Ou, pode ser administrado como um gás através de uma máscara, ou um tubo colocado na boca e na garganta.

Este tubo é chamado um tubo endotraqueal ou “tubo ET.”

Normalmente é adormecida antes dos médicos lhe colocarem o tubo na garganta. Normalmente, o tubo ET é retirado antes de acordar. Estará a dormir profundamente durante o parto. Este tipo de anestesia só é utilizada durante os partos ditos cirúrgicos.

Anestesia espinal: É um medicamento colocado nas costas através de uma injecção. Estará acordada durante o trabalho de parto e o parto, mas anestesiada abaixo da cintura. Volta a sentir a região anestesiada passado 2 horas.

Campainha: Poderá utilizar a campainha quando precisar do seu médico. Algumas boas razões para o fazer são: dores, dificuldades respiratórias ou querer levantar-se da cama.

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Termo de responsabilidade: Este é um documento legal que autoriza o seu médico a fazer os testes e os tratamentos. Informa-a de forma precisa sobre o que lhe será feito, assim como a forma em que os testes ou o tratamento a podem ajudar e os eventuais riscos .

Pedir-lhe-ão, ou a um familiar próximo, para assinar este termo de responsabilidade. Certifique-se de que obteve resposta a todas as suas questões antes de assinar este formulário.

Monitorização externa da frequência cardíaca do feto: É quando colocam um cinto à volta do abdómen (barriga) para monitorizar o seu bebé.

O cinto fixa um pequeno disco metálico. Este disco está ligado a uma máquina com um ecrã semelhante a uma TV. O ecrã mostra um traçado das contracções do seu útero e da frequência cardíaca do bebé.

Ecografia Obstétrica – Ler mais…

Bata: É necessário utilizar uma bata de hospital, para que os médicos a possam observar e tratar com facilidade. Vista a sua bata de forma a que abra nas costas.

Quando se sentir melhor, poderá vestir a sua própria bata ou um pijama.

Monitorização interna da frequência cardíaca do feto: Este tipo de monitorização só pode ser efectuada se a bolsa de águas estiver rota É, então, colocado um fio pequeno no escalpe (pele que cobre a cabeça) do seu bebé.

Este fio está ligado a uma máquina com um ecrã semelhante a uma TV.

O ecrã mostra um traçado das contracções do seu útero e da frequência cardíaca do bebé.

Catéter intravenoso – Ler mais…

Membranas: São o “saco das águas” que está à volta do bebé. A sua função é proteger o seu bebé de uma infecção. Este saco pode romper-se sozinho a qualquer momento durante o trabalho de parto.

Por outro lado, os médicos podem efectuar a rotura das membranas. Esta acção pode ser necessária para colocar um monitorização interna no escalpe do seu bebé.

A rotura das membranas é também uma técnica para indução do trabalho de parto.

Amostra de urina: É feita uma recolha da amostra de urina num recipiente. Faz-se um teste à quantidade de acetona e de açúcar na urina.

Este teste revela aos médicos a eficácia do controlo do açúcar no sangue, ou se precisa de mais testes.

Sinais vitais: Inclui tirar a temperatura, medir a pressão arterial, as pulsações (número de batimentos cardíacos) e os ciclos respiratórios.

Para medir a pressão arterial, é colocada uma manga no seu braço e apertada. A manga está ligada a uma máquina que faz a leitura da sua pressão arterial.

Os médicos poderão ouvir o coração e os pulmões através de um estetoscópio. Os seus sinais vitais são medidos para que os médicos possam avaliar a forma como está a reagir.

Durante o parto natural (parto normal): Dará à luz o seu bebé numa maternidade. Antes do parto, a(s) sua(s) pessoa(s) de apoio precisam de colocar vestuário esterilizado.

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Chama-se “coroação” quando a cabeça do seu bebé estiver na abertura da vagina.

A cabeça do bebé pode ter dificuldades em sair pela vagina. Para abrir espaço para a cabeça, o seu médico pode fazer uma pequena incisão (corte) na vagina.

Esta incisão chama-se episiotomia. Dar-lhe-ão uma anestesia antes de fazer a incisão. A incisão será suturada depois do bebé nascer. O seu médico pode ter de utilizar outras ferramentas para ajudar o bebé a sair pela vagina, como por exemplo fórceps.

Os fórceps parecem 2 colheres grandes que estão juntas. Os fórceps podem ser colocados na vagina e colocados com cuidado à volta da cabeça do bebé. O bebé nasce lentamente à medida que são tracinadas as colheres.

A extracção por vácuo (ventosa) é outra forma de ajudar a nascer o bebé. Os médicos podem colocar um recipiente plástico de sucção na cabeça do bebé. É exercida uma sucção ligeira no recipiente para mover a cabeça do bebé para fora do canal de nascimento.

O seu útero continua as contracções até a placenta ser expulsa. Estas contracções não doem tanto como as contracções do trabalho de parto. Esta parte do parto pode demorar 15 a 20 minutos.

Após o parto: Ficará na maternidade ou será levada para o quarto após o parto. Os médicos observam-na cuidadosamente à procura de possíveis problemas.

A doente, e a pessoa de apoio, poderão pegar, alimentar e falar com o se bebé se não houver problemas.

Dores após o nascimento: O seu útero contrai e relaxa à medida que volta ao normal. Após o parto estas contracções são chamadas dores após o nascimento.

Os médicos inspeccionam o útero através da palpação do seu fundo. O seu útero é verificado para se certificar que está a ficar mais duro, sinal de que está contraído, evitando assim uma hemorragia.

Pode ter contracções durante 1 a 3 dias. As contracções eliminam o sangue do interior do útero e também ajudam a parar a hemorragia. Estas contracções podem ser mais intensas e dolorosas durante a amamentação.

  • Cuidados a ter com a episiorrafia – Ler mais…
  • Cuidados a Ter com os Seios Após o Parto

Prisão de ventre – Ler mais…, Hemorróidas Pós Parto- Ler mais… e Hemorragia vaginal – Ler mais

A que preparação obriga

À medida que se prepara para o nascimento do seu bebé, fale com o seu médico sobre o seguinte:

  • Qual é o número de telefone do seu médico?
    Quando é que deve contactar o médico?
    O seu médico quer que vá para o hospital imediatamente? Ou o seu médico prefere que o contacte primeiro?
    Qual deverá ser o intervalo das contracções antes de ir para o hospital?
    Deve ir para o hospital se romper o saco das águas mas se não estiver a ter contracções?
    Deve ligar ao médico se tiver hemorragias?
    Pergunte ao seu médico se existem outros motivos que justifiquem que o contacte.
    Questione o seu médico sobre qualquer questão que tenha para se preparar para o trabalho de parto e para o parto.

Ir para o hospital: Pode preferir fazer uma visita ao hospital antes de entrar em trabalho de parto. Esta acção responderá a muitas das suas questões e ajuda-a a saber onde se deve dirigir quando entrar em trabalho de parto.

Quando se estiver a preparar para o trabalho de parto e para o parto pense no seguinte:

A que distância é que vive do hospital e quando tempo demora a chegar lá? A hora do dia e a condição meteorológica podem ajudar a alterar o tempo que demora a chegar ao hospital.
Como é que vai para o hospital? Já fez planos para alguém a levar?
Tem outras crianças em cada que possam precisar de ser vigiadas quando for para o hospital?
Tem um banco de segurança para o seu bebé quando o trouxer do hospital para casa?

De que cuidados se deve rodear:

Tome sempre os seus medicamentos de acordo com as instruções fornecidas pelo médico. Telefone ao seu médico no caso de julgar que os medicamentos não estão a ajudar. Não deixe de os tomar enquanto o seu médico não autorizar.

Se estiver a tomar antibióticos, continue a fazê-lo até acabarem, mesmo no caso de se sentir melhor.

Guarde uma lista dos medicamentos que está a tomar e de quando e porque é que os deve tomar.

Leve a lista dos seus medicamentos ou os frascos de comprimidos quando for consultar o seu médico. Saiba porque é que toma cada um dos medicamentos. Peça informações ao seu médico relativamente ao seu medicamento.

Se estiver a tomar um medicamento que provoque sonolência, não conduza nem utilize equipamento pesado.

Telefone ao seu médico ao fim de alguns dias para combinar uma consulta de revisão e de Planeamento Familiar.

Anote quaisquer questões que tenha sobre o parto. Esta é uma forma de tirar as suas dúvidas na visita seguinte. Fale com o seu médico sobre a utilização de um contraceptivo para evitar engravidar.

Não deverá ter relações sexuais durante 6 semanas após o parto, até o corpo voltar ao normal. Pode engravidar mesmo que não tenha o período ou se estiver a amamentar.

Deverá utilizar algum tipo de contraceptivo quando tiver relações sexuais, como por exemplo espuma e preservativos em simultâneo.

Beba 6 a 8 copos (tamanho médio) de líquidos por dia. Ou, siga os conselhos do seu médico se tiver de limitar a quantidade de líquido que bebe.

Bons líquidos para beber são água, sumos e leite. Limite a quantidade de cafeína que bebe, como café, chá e bebidas gasosas.

Coma alimentos saudáveis dos 5 grupos alimentares: frutos, vegetais, pão, produtos lacticínios, carne e peixe. Uma dieta saudável pode ajudá-la a sentir-se melhor e a ter mais energia. Também pode ajudar a curar-se mais depressa.

O exercício fortifica o coração, baixa a pressão arterial e mantêm-na saudável. Peça ao seu médico para a ajudar a planear o melhor programa de exercício para si.

Comece a fazer exercício quando o seu médico autorizar. É melhor começar lentamente e ir aumentando o ritmo à medida que for ficando mais forte.

Provavelmente terá o período menstrual 7 a 9 semanas após o parto se não estiver a amamentar. De início, os seus períodos podem ser mais curtos ou mais longos que antes.

Mas, com o tempo, o seu período voltará à forma como era antes da gravidez. Se estiver a amamentar pode não ter o período durante muitos meses. Até pode não ter o período até parar de amamentar.

Pode ter alterações de humor após o parto. As alterações hormonais, o cansaço e a sensação de ansiedade e de nervosismo por ser pai pode provocar alterações de humor.

Estas alterações podem ser chamadas “depressão pós-parto” ou “baby blues.” Fale com o seu médico se sentir uma depressão por um período superior a 2 semanas após o parto.

É muito importante que descanse o suficiente após o parto.

Tente descansar quando o seu bebé estiver a dormir. Peça ao seu parceiro, amigo ou familiar para a ajudar até se sentir melhor, como por exemplo com a roupa e a cozinha.

CONTACTE O SEU MÉDICO OU RECORRA AO SERVIÇO DE URGÊNCIA SE:

  • Tiver questões ou preocupações sobre o parto ou o medicamento.
    Tiver uma temperatura superior a 38º C.
    Tiver dores ou ardor quando urina.
    Tiver um corrimento com cheiro desagradável proveniente da vagina.
    Tiver uma hemorragia mais forte que o período menstrual normal.
    Tiver dores ou inchaço nas pernas.
    Tiver um peito vermelho, quente e doloroso.
    Tiver náuseas (enjoo) ou vómitos.
    Sentir que está a ficar triste ou deprimida. Quanto mais cedo falar com o seu médico, mais fácil é controlar a sua tristeza ou depressão. Não for capaz de dormir bem ou se estiver a dormir mais que o normal.
    Não conseguir comer ou se estiver a comer mais que o normal.
  • PROCURE IMEDIATAMENTE AJUDA SE: Estiver a pensar acabar com a sua vida (suicídio) ou com a de alguém (homicídio).
Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Reinaldo Rodrigues (Enfermeiro - Coren nº 491692)

Enfermeiro - Coren nº 491692

O Reinaldo Rodrigues formou-se em agosto de 2016, pela Universidade Padre Anchieta, em Jundiai. Fez curso de especialização em APH (Atendimento Pré-Hospitalar), pela escola 22Brasil Treinamentos, em Barueri, curso de 200 horas práticas, com foco em acidentes de trânsito.

Trabalha como Cuidador de Idosos há 5 anos, e possui experiência em aspiração de vias aéreas, banho de aspersão, curativos, tratamento e prevenção de Lesão por Pressão, gerenciamento de Equipe de cuidadores com elaboração de escalas. Treinamento e acompanhamento de cuidadores nas casas dos pacientes.

Também pode encontrar o Reinaldo no Linkedin.

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    Última atualização da página em 09/09/24