Trompas de Falópio: o que são, para que servem e doenças mais comuns

Revisão Clínica: Drª Camille Rocha Risegato. Atualizado: 09/09/24

O que são? As trompas de Falópio são dois tubos finos (ductos anatômicos) que partem do útero para o ovário em cada um dos lados da vagina. Eles transportam os ovócitos que são produzidos durante o ciclo menstrual para a cavidade uterina, e servem como um caminho para o espermatozoide fertilizar o ovócito. Além disso, fornecem os líquidos necessários para a fertilização e nutrição do zigoto. Receberam este nome após Gabriele Fallopio, um anatomista italiano as descobrir no século XVI.

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Trompas De Falópio, O Que São, Para Que Servem E Quais As Doenças Relacionadas

Estrutura

As trompas de falópio medem entre 10 e 18 centímetros e têm uma espessura semelhante à de um lápis. Os ductos são revestidos por uma mucosa que contém células ciliares que permitem que o óvulo se mova através delas.

A camada central é formada principalmente por músculo, e suas contrações ajudam no movimento dos óvulos. A camada externa é formada pela serosa, que serve como uma membrana protetora.

Podem ser distinguidas 4 zonas:

Parte Uterina ou porção intramural: Está incluída no músculo uterino e é a região mais estreita da tuba uterina.

Istmo: É a segunda parte, a mais estreita e mede de dois a quatro centímetros.

Ampola: Mede de quatro a seis centímetros e aumenta de tamanho à medida que se aproxima do infundíbulo pélvico. Contém os cílios, prolongamentos das células que ajudam os óvulos a se moverem, bem como células secretoras de nutrientes.

Infundíbulo: Apresenta no final da tuba uterina uma forma semelhante a uma mão, a fímbria, que envolve o ovário.

Para que servem as tubas uterinas

A principal função das trompas de Falópio é a via de comunicação entre os ovários e o útero. Durante o ciclo menstrual, os ovários soltam um folículo ovariano maduro que liberta um ovócito (oócito). O oócito desloca-se através das trompas de Falópio durante cerca de 24 horas. Se passado esse período ele não foi fertilizado por um espermatozoide, ele se desintegra e é expulso com o fluxo menstrual. Se ele for fecundado, inicia o processo de fertilização, onde se forma o zigoto.

Doenças e problemas que afetam o órgão

Salpingite

É a inflamação nas trompas uterinas, que pode causar a esterilidade da mulher se não for tratada a tempo. Normalmente é causada por uma infecção sexualmente transmissível, geralmente a clamídia, que pode afetar toda a vagina. Os sintomas geralmente causam dor na região pélvica ou durante a ovulação, assim como febre, náusea, sangramento irregular ou vaginite.

Pode ser curada com anti-inflamatórios ou antibióticos se não for um caso grave, ou, quando necessário, recorrer a uma intervenção cirúrgica. Se não for tratada, pode causar, além da esterilidade, gravidezes ectópicas, doença inflamatória pélvica crônica ou septicemia (uma infecção em todo o corpo). Para entender melhor as suas origens consulte o Guia Salpingite: Conheça as causas e os sintomas de inflamação nas trompas uterinas.

Gravidez ectópica

A gravidez ectópica é aquela em que o óvulo fertilizado não avança para o útero e fica preso nas trompas de falópio, onde começa a desenvolver, podendo originar consequências graves, tanto para o feto e a mãe, como a ruptura das trompas.

Câncer

Desenvolve-se após um crescimento anormal das células que formam as trompas. É um dos cânceres menos frequentes e afeta geralmente mulheres com mais de 60 anos.

Além das patologias indicadas existem outras que também afetam o órgão, e incluem:

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  • Endometrite,
  • hidrossalpinge,
  • Ovarite,
  • Peritonite,
  • Amebíase: doença causada pelo parasita Entamoeba Histolytica,
  • Endometriose: consiste na presença e aumento de tecido endometrial na parte externa do útero.
  • Doença Inflamatória Pélvica: causada por infecções sexualmente transmissíveis. Ocorre devido ao aumento de bactérias na região vaginal e colo do útero.

Cirurgias

Laqueadura

A laqueadura, laqueação ou ligadura das tubas uterinas é um método pelo qual se encerram as condutas da tuba uterina, impossibilitando a circulação de oócitos ou espermatozoides. É um procedimento realizado em mulheres que não desejam engravidar, já que o procedimento implica a esterilidade (incapacidade de engravidar) total da mulher.

O procedimento é realizado através de uma incisão no abdômen, a partir da qual se acessam as trompas através de uma laparoscopia. As trompas são então cauterizadas, ou é colocada uma faixa de forma a bloquear o ducto.

Existe a possibilidade de reverter a laqueadura e recuperar a possibilidade da mulher engravidar, embora se trate de um processo complicado. Além disso, aumenta as chances da mulher sofrer uma gravidez ectópica.

Retirada das trompas

Quando a mulher tem histórico familiar de câncer de ovário ou mais de 45 anos e está em risco de desenvolver a doença, o especialista pode indicar a retirada das tubas uterinas como forma de evitar problemas oncológicos. Neste sentido é realizada uma salpingectomia (aberta ou por vídeo laparoscopia) que remove, tanto as trompas de Falópio como os ovários.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Camille Rocha Risegato

Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093

Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.

> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)

Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.

Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.

Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.

Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram

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    Última atualização da página em 09/09/24