O que é? A medula espinhal, que se encontra protegida no interior da coluna vertebral, contém os feixes que transmitem mensagens entre o cérebro e os nervos de todo o corpo.
Um tumor localizado no interior ou próximo da medula espinhal pode perturbar esta comunicação e ameaçar gravemente a saúde do paciente.
Os tumores da medula espinhal são massas de células anormais que se desenvolvem na medula espinhal, entre as suas bainhas protetoras ou na bainha superficial que reveste a medula espinhal.
A maioria dos tumores que crescem no interior da medula espinhal não se espalham para outras partes do corpo. Estes tumores são denominados primários e geralmente são benignos (não cancerígenos).
A maior parte dos tumores da medula espinhal malignos (cancerígenos) são secundários, o que significa que se espalham a partir de um câncer primário situado noutra parte do corpo.
Uma em cada quatro pessoas cujo câncer se alastrou pelo corpo apresenta uma disseminação (metástase) no cérebro ou na medula espinhal.
Estes tumores secundários têm origem frequentemente num câncer de pulmão ou câncer de mama.
Os tumores da medula espinhal podem afectar pessoas de todas as idades mas são mais frequentemente observados nos jovens e nos adultos de meia-idade.
Os médicos dividem os tumores da medula espinhal em três grupos principais com base na sua localização:
- Os tumores extradurais crescem fora da dura-máter (a membrana que protege a medula espinhal) e situam-se geralmente nas vértebras (os ossos que envolvem a medula espinhal). São frequentemente tumores malignos secundários (metástases).
- Os tumores extramedulares intradurais crescem por fora da medula espinhal e no interior da dura-máter.
- Os tumores intramedulares crescem dentro da medula espinhal propriamente dita. São frequentemente tumores primários benignos.
Sintomas e Manifestações clínicas
Os tumores da medula espinhal desenvolvem-se geralmente de forma lenta, com agravamento ao longo do tempo.
Estes tumores podem causar diferentes sintomas dependendo da sua localização. As manifestações surgem quando o tumor comprime a medula espinhal ou os nervos que saem desta estrutura.
Os tumores também podem restringir o fluxo sanguíneo para a medula espinhal. As manifestações mais comuns incluem:
Dor
O sintoma mais proeminente é geralmente uma dor no dorso mas a pressão sobre a medula espinhal pode desencadear uma dor que parece ter origem em diversas partes do corpo.
Esta dor é, por vezes, intensa e constante, sendo ocasionalmente tipo queimadura.
Alterações da sensibilidade
Estas podem tomar a forma de entorpecimento, formigueiros e diminuição da sensibilidade.
Problemas motores
Os tumores que prejudicam a comunicação nervosa podem causar manifestações relacionadas com os músculos, tais como fraqueza muscular progressiva ou perda do controlo sobre o intestino ou a bexiga (incontinência).
A parte do corpo afectada por estas manifestações clínicas varia, dependendo da localização do tumor ao nível da medula espinhal.
De um modo geral, as manifestações ocorrem em partes do corpo que se situam ao mesmo nível ou mais abaixo em relação à localização do tumor.
Diagnóstico
Se um doente apresentar manifestações sugestivas de um tumor da medula espinal, o médico irá examiná-lo e rever a sua história clínica para identificar a presença de outros problemas que possam causar sintomas semelhantes.
O exame físico irá incluir um exame neurológico que envolve a avaliação dos movimentos oculares, da reacção das pupilas, dos reflexos osteo-tendinosos, da sensibilidade, da força muscular, do equilíbrio e da coordenação.
Os exames complementares de diagnóstico podem incluir os seguintes:
Tomografia computorizada (TC)
Uma tomografia computorizada pode determinar a localização do tumor na medula espinhal e também pode ajudar a detectar a presença de edema, hemorragia e outras alterações associadas.
A tomografia computorizada permite uma visão transversal dos tecidos e das estruturas corporais utilizando um computador e uma câmara de raios X que roda em volta do corpo.
Por vezes, é injectada uma substância de contraste numa veia antes da realização do exame para ajudar a revelar as diferenças entre os tecidos, o que torna mais fácil a visualização do tumor.
Ressonância magnética nuclear (RMN)
Esta técnica proporciona uma imagem da medula espinhal utilizando um campo magnético poderoso, um transmissor de ondas de rádio e um computador.
A Ressonância magnética nuclear permite obter imagens mais pormenorizadas dos tumores situados na proximidade do osso em comparação com a tomografia computorizada.
Mielograma
Esta é uma técnica radiológica especializada na qual é injectada, ao nível da medula espinhal, uma substância de contraste que absorve os raios X.
O contraste permite delinear a medula espinhal mas não passa através do tumor, criando uma imagem com uma área escura ou estreitada que indica a localização do tumor.
Os mielogramas são realizados apenas muito raramente uma vez que a RMN proporciona uma informação semelhante e não é tão invasiva.
Punção lombar
Este procedimento permite remover uma amostra de líquido cefalorraquidiano (o líquido que envolve a medula e o cérebro) através de uma agulha que é inserida entre as vértebras lombares.
Este líquido é examinado para identificar a presença de células anormais que podem sugerir a presença de um tumor da medula espinhal.
Evolução clínica
Quando se desenvolve um tumor da medula espinhal, este irá geralmente continuar a crescer até ser tratado.
Sem tratamento, o tumor pode conduzir a uma incapacidade significativa, incluindo paralisia permanente, e à morte.
Prevenção
Embora os tumores da medula espinal não possam ser prevenidos, algumas formas de câncer que podem originar metástases que comprimem a medula espinhal podem ser prevenidas ou curadas antes de se disseminarem para a coluna.
Alguns exemplos incluem o câncer de pulmão, que frequentemente pode ser prevenido pela abstinência tabágica, e o câncer de mama, que muitas vezes pode ser curado se for detectado precocemente através de um rastreio apropriado.
Embora alguns tumores benignos possam ocorrer mais frequentemente em determinadas famílias, a causa dos tumores primários da medula espinhal permanece um mistério.
As causas possíveis atualmente em investigação incluem defeitos genéticos, vírus e substâncias químicas.
Tratamento para Tumor da Medula
A cirurgia é geralmente recomendada para os tumores primários da medula espinhal, tanto malignos (cancerosos) como benignos (não cancerosos), e é geralmente bem sucedida para os tumores localizados fora da medula espinhal.
No entanto, pode ser impossível remover outros tumores sem lesar significativamente a medula espinhal. Nalguns casos, a radioterapia pode ser usada para atrasar o crescimento dos tumores.
A remoção cirúrgica das vértebras circundantes também pode ajudar a aliviar a dor e outros sintomas ao reduzir a pressão sobre os nervos espinhais.
A quimioterapia pode ser recomendada no tratamento de determinados tipos de tumores, geralmente após um tratamento cirúrgico.
No caso dos tumores secundários (metástases), o tratamento irá depender do tipo de cancro que se disseminou para a medula espinhal.
No entanto, a radiação é considerada como o tratamento de primeira linha para o câncer secundário que está a comprimir a medula espinhal.
Devem ser tomadas precauções com a radioterapia para limitar a possível lesão dos tecidos normais da medula que envolvem o tumor uma vez que esta lesão pode continuar a agravar-se e pode ser irreversível.
A medula espinhal é ainda mais sensível aos efeitos da radiação do que o tecido cerebral.
Em particular, os segmentos torácicos da medula espinhal na área das costelas, onde se situam cerca de metade de todos os tumores da medula espinhal, são os mais sensíveis aos efeitos da radiação.
Em todos os tipos de tumores da medula espinhal também podem ser prescritos medicamentos corticosteróides para reduzir o edema da medula.
Além disso, pode ser necessária fisioterapia para ajudar o doente a recuperar o controlo e a força muscular depois de ter sido submetido a radioterapia ou a uma intervenção cirúrgica.
Quando contactar um médico
As dores no dorso constituem um problema comum e geralmente não são um sinal de câncer.
No entanto, é necessária avaliação médica em caso de dor no dorso persistente ou que se agrava, especialmente se prejudicar o sono.
O aparecimento de entorpecimento, formigueiro ou fraqueza muscular é indicação para observação médica urgente, sobretudo em caso de antecedentes de cancro no passado.
Prognóstico
O prognóstico irá depender da localização do tumor na medula espinhal, do tipo de tumor e do seu tamanho na altura do diagnóstico.
O diagnóstico e o tratamento precoces são vitais para a recuperação da função e para prevenir uma lesão permanente da medula espinhal.
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Informação adicional
- Sociedade Portuguesa de Neurologia http://www.spneurologia.com/
- Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia http://www.spnc.pt/
- Sociedade Portuguesa de Oncologia http://www.sponcologia.pt/
- Liga Portuguesa Contra o Cancro http://www.ligacontracancro.pt
- National Institute of Neurological Disorders and Stroke http://www.ninds.nih.gov/
- American Brain Tumor Association http://www.abta.org/
- Children’s Brain Tumor Foundation http://www.cbtf.org/
- Brain Tumor Society http://braintumor.org/
Nutricionista Clínica - CRN-6 nº 23653
A Drª Raquel Pires é Nutricionista, Health Coach e Personal Diet, com grande experiência em atendimento em consultório e Idealizadora do Projeto ESD (Emagrecimento sem Dor).
Formação Acadêmica
- Graduada pela Universidade Santa Úrsula. - Pós Graduada em Nutrição Clínica. - Pós Graduada em Prescrição de Fitoterápicos e suplementação Nutricional Clínica e Esportiva. - Pós Graduada em Nutrição Aplicada ao Emagrecimento e Estética.
Também pode encontrar a Drª Raquel no Linkedin, Facebook e Youtube
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