Embora diferentes vaginas tenham cheiros distintos, normalmente o odor é leve e fisiológico. Um cheiro forte e desagradável como o cheiro de cebola, pode significar uma infecção ou outro problema de saúde. Fique atenta!
O corpo produz naturalmente um corrimento que mantém a vagina saudável e livre de bactérias e irritantes. No entanto, é importante a mulher ter o cuidado de limpar bem a região em volta da abertura da vagina – a vulva.
É pouco provável que o cheiro forte a cebola seja o odor normal da vagina. Os especialistas afirmam que esse odor fétido pode ocorrer devido ao suor, pela falta de higiene, pela ingestão de alimentos específicos ou causado por uma infecção. Na sequência, descrevemos as possíveis causas e explicamos como tratar o sintoma.
O que pode ser
As possíveis causas para uma vagina com cheiro a cebola incluem:
1. Alimentos
A ingestão de alimentos com cheiro forte pode afetar o odor corporal. A cebola, o alho, os espargos, o Curry, algumas especiarias e o vinagre, estão entre os principais alimentos causadores de mau odor corporal.
Em casos normais a mulher teria que comer grandes quantidade de cebola para lhe afetar odor corporal. No entanto, se ao consumo de algum desses alimentos juntarmos o próprio cheiro proporcionado pelo corrimento vaginal e pelo suor, percebemos como é fácil adquirir esse mau odor, semelhante a cebola ou alho.
2. Tampão esquecido dentro da vagina
Curiosamente esta é uma situação que ocorre muitas vezes, sendo outra das causas para esse mau odor. Normalmente o mau cheiro ocorre com ou sem corrimento. Na presença de corrimento, a cor pode ser anormal, como rosa, cinza, marrom, verde ou amarelo.
Outros sintomas de um tampão esquecido na vagina incluem, febre, dor entre o umbigo e os genitais, dor ao urinar ou ao ter relações, ou coceira e vermelhidão em redor da vulva.
É essencial remover o tampão o mais rápido possível. Quando a mulher não o consegue encontrar ou remover, deve consultar o médico, neste caso um ginecologista.
Entenda que, quando o tampão permanece na vagina por muito tempo, existe o risco de síndrome do choque tóxico (SCT). Fique atenta! Os sintomas do evento incluem:
- febre
- sintomas de gripe, como dor de cabeça, dor de garganta ou tosse
- erupção vermelha na pele
- dificuldade ao respirar
- sensação de fraqueza ou tonturas
- diarreia
O síndrome do choque tóxico pode ser uma emergência. Qualquer pessoa com os sintomas acima indicados, e que suspeite que eles podem ser devido ao SCT, deve procurar atendimento médico imediato.
3. Higiene
A vagina mantém-se limpa naturalmente, expulsando através de excreções e fluidos (corrimento) tudo o que não necessita. A única ação que a mulher deve tomar é lavar regularmente a vulva com água morna para remover qualquer corrimento presente e manter a região livre de bactérias nocivas. Veja 10 Regras para Fazer a Higiene Íntima e evitar doenças.
A vulva fica próxima da uretra e do reto, sendo extremamente importante a limpeza adequada após urinar ou evacuar. A urina tem também por vezes um odor forte, que muitas mulheres confundem com um odor vaginal, principalmente quando existe perda de urina não detectada.
O equilíbrio natural das bactérias presentes na vagina mantém-na saudável, no entanto, quando existe um desequilíbrio bacteriano, podem ocorrer alterações no odor.
Algumas dicas de higiene simples podem ajudar a manter o equilíbrio ideal entre elas e reduzir as chances de um cheiro desagradável. Essas dicas incluem:
- usar roupas íntimas limpas todos os dias
- escolher roupas íntimas feitas de tecido respirável e natural, como o algodão
- usar um sabão neutro e água morna para lavar a vulva
- evitar o uso de duchas ou produtos perfumados na genitalia
- tomar banho regularmente, especialmente após o exercício
4. Alterações hormonais
Os níveis hormonais presentes no corpo mudam ao longo do ciclo menstrual, assim como durante a gravidez, perimenopausa e menopausa. Qualquer uma destas alterações hormonais pode afetar o cheiro da vagina. O odor geralmente torna-se mais perceptível quando há um aumento nos níveis de estrogênio no organismo, que pode ocorrer quando a mulher usa contraceptivos hormonais, ou durante a ovulação e gravidez.
5. Vaginose bacteriana
O cheiro desagradável também pode ser sintoma da vaginose bacteriana. A vaginose bacteriana é uma infecção resultante de um desequilíbrio nas bactérias da vagina. De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), esta é a infecção vaginal mais comum em mulheres de 15 a 44 anos. Um dos sintomas da vaginose bacteriana é um odor fétido, parecido ao cheiro de peixe podre. Outros sintomas podem incluir:
- corrimento aquoso (branco ou cinza)
- dor
- ardor
As mulheres sexualmente ativas e aquelas que usam duchas vaginais correm maior risco de contrair a infecção – que exige tratamento com antibióticos. Veja O que é a vaginose bacteriana e como tratar.
6. Tricomoníase
A tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível (DST) que pode causar corrimento com mau odor. O corrimento pode ser amarelo ou esverdeado, e causar irritação na vulva. O tratamento da tricomoníase é realizado através de medicação e, em muitos casos, recomenda-se a abstenção de relações até a infecção ser totalmente eliminada. Veja como Identificar os Sintomas da Tricomoníase.
7. Infecção vaginal por fungos
Tal como já referido, a bactérias que ocorrem naturalmente na vagina e ajudam a mantê-la saudável podem multiplicar-se para valores acima do normal e originar a candidíase vaginal. A candidíase vaginal tem como sintoma um corrimento branco e espesso. E, embora muitas vezes não tenha cheiro, em alguns casos apresenta um odor bastante desagradável.
Outros sintomas de candidíase incluem, coceira, ardor e vermelhidão em redor da vulva. É possível tratar a infecção através de medicação antifúngica. Veja algumas Pomadas usadas no tratamento da Candidíase e Como usar.
Diagnóstico e tratamento
Durante a consulta o ginecologista geralmente realiza algumas perguntas á paciente sobre quaisquer sintomas adicionais que tenham ocorrido nessa fase.
Quando a responsável pelo cheiro a cebola é a infecção bacteriana, o médico pode prescrever antibióticos. No entanto, se a mulher costuma desenvolver infecções frequentes ou recorrentes, é necessária uma medicação preventiva suplementar.
Manter um diário alimentar também pode ajudar a determinar se a dieta é a causa do mau cheiro. A remoção de alguns alimentos com cheiro forte da dieta, como a cebola ou o alho, também podem ajudar a melhorar o odor no geral.
A introdução de melhores hábitos de higiene, tomar banho com regularidade, usar roupas íntimas de algodão e evitar o uso de produtos perfumados ou irritantes, também pode ter um impacto significativo na melhora do odor.
Como evitar o mau cheiro
Uma dieta saudável e a prática de exercícios regulares são essenciais para uma boa saúde em geral, incluindo a manutenção de uma vagina saudável.
Os exercícios do assoalho pélvico por exemplo, podem ajudar a fortalecer os músculos que sustentam a vagina, que podem ser particularmente benéficos em mulheres com essa musculatura enfraquecida, resultando em perda frequente e involuntária de urina (incontinência urinária).
Usar um sabão neutro ao tomar banho e evitar produtos perfumados são boas práticas de higiene que podem ajudar a prevenir infecções bacterianas.
O uso de roupas íntimas de algodão ajuda a manter a vulva limpa e seca.
Praticar relações seguras usando proteção de barreira, como preservativos, pode ajudar a prevenir uma DST.
Quando consultar o ginecologista?
É normal a existência de alterações no cheiro da vagina ou na cor e textura do corrimento vaginal. No entanto, quando o cheiro se torna forte ou desagradável pode ser um sinal de alarme.
Os sintomas de infecção geralmente incluem corrimento anormal, febre, dor e coceira na região. Os medicamentos são uma forma eficaz de tratamento para muitas infecções, e, quando administrados de imediato podem ajudar a prevenir muitas complicações.
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
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