O que são? As varizes pélvicas representam as veias presentes na região pélvica que sofrem dilatação. O problema é mais comum em mulheres, afetando o útero, a região dos ovários e até mesmo as trompas de Falópio. Muitas vezes representam uma complicação tardia da gravidez. Nos homens, as varizes pélvicas tendem a surgir na região dos testículos, sob o nome de varicocele. Confira as principais causas de varicocele.
Apesar de ainda não haver uma cura capaz de erradicar definitivamente as varizes pélvicas, existem muitos medicamentos que podem ser administrados para controlar a dilatação. Os casos mais avançados podem exigir cirurgia para minimizar os danos. Apenas um especialista (ginecologista, para pacientes do sexo feminino e urologista para pacientes do sexo masculino) poderá indicar o melhor tratamento para cada caso, de acordo com o grau das varizes.
6 Principais sintomas
Embora que em grande parte dos casos as varizes pélvicas sejam assintomáticas (não apresentem sintomas), algumas mulheres podem notar algumas manifestações. Entre os principais sintomas apontados em consultório destacam-se as varizes que se tornam visíveis na região da vagina (vulva e grandes lábios), zona interna das coxas, nádegas; dor abdominal que não passa; dor durante as relações sexuais; incontinência urinária e aumento do fluxo menstrual.
É importante entender que os sintomas descritos acima podem estar associados a muitas outras patologias. Apenas um especialista, após uma análise detalhada, poderá diagnosticar corretamente a paciente. A automedicação é perigosa e está totalmente desaconselhada.
Os sintomas relatados por vezes melhoram quando a paciente se encontra deitada ou sentada, já que, nestas posições, o trajeto do sangue para o coração é facilitado.
Para realizar o diagnóstico das varizes pélvicas o ginecologista precisa recorre a exames auxiliares de imagem, como a ultrassonografia com doppler, tomografia na região pélvica ou abdominal, angiorressonância, além de ouvir as queixas da paciente.
Quando as veias varicosas estão localizadas na pelve, na região dos ovários e útero ocorre a síndrome de congestão pélvica, uma das principais causas de dor pélvica crônica, Saiba mais.
As varizes pélvicas são perigosas?
As varizes pélvicas por si só não representam perigo. No entanto, é importante que o seu desenvolvimento seja acompanhado por um especialista, pois há a hipótese “rara mas possível” delas desenvolverem coágulos internos que podem se mover até ao pulmão, e originar uma embolia pulmonar – um evento grave (emergência médica) que deve ser tratada imediatamente em hospital.
O que causa as varizes pélvicas
Alguns estudos indicam que a genética pode contribuir para o surgimento de varizes em todo o corpo, incluindo na região pélvica. Ainda assim, elas são mais comuns depois da gravidez, já que, durante a gestação, o corpo da mulher passa por um processo de dilatação das veias da região íntima para bombear um maior fluxo sanguíneo. Outra possível causa relacionada a este tipo de varizes durante a gravidez, é a quantidade de hormônios que são produzidos durante esta fase da vida da mulher – contribuindo para a dilatação das veias e artérias.
A idade é também um fator de risco, já que, com o passar dos anos, as paredes das veias tornam-se mais frágeis e perdem alguma da sua elasticidade. Portanto, as varizes pélvicas estão geralmente associadas a mulheres mais velhas.
Quem tem varizes pélvicas pode engravidar?
Sim! A presença de varizes pélvicas não interfere na saúde reprodutiva nem na gravidez. No entanto, durante a gravidez, é importante que a mulher entenda que os sintomas se vão tornar mais frequentes, devido à dilatação natural que o corpo sofre nesta fase, e por conta dos hormônios associados à gravidez. Se a mulher já possui um diagnóstico de varizes pélvicas, é importante que seja acompanha por um especialista durante toda a gestação para evitar consequências mais graves.
Como são tratadas?
O tratamento das varizes pélvicas varia de paciente para paciente. É importante que seja realizado um acompanhamento especializado, principalmente durante a gestação. Apesar de não existir uma cura medicamentosa definitiva, existem alguns medicamentos orais que promovem o alívio dos sintomas. O acetato de medroxiprogesterona é um exemplo de fármaco que pode ser usado como auxílio na diminuição do inchaço das veias.
Quando os sintomas são muito severos ou persistem durante muito tempo, em alguns casos pode ser viável realizar uma embolização das veias, procedimento que nada mais é que a inserção de um cateter na veia para levar uma substância capaz de diminuir a variz e reforçar as paredes da veia.
Como posso prevenir varizes na região pélvica?
As mulheres que possuem pré-disposição genética para desenvolver varizes podem realizar algumas medidas cotidianas a fim de evitar o surgimento das mesmas:
- A prática de atividade física: movimentar o corpo auxilia a circulação sanguínea e evita o desenvolvimento de varizes.
- A utilização de meias de compressão: também auxiliam na circulação venosa, evitando o aparecimento de varizes, por isso é fundamental utilizar as meias em viagens longas de avião ou mesmo durante o expediente, em profissões que permaneçam longos períodos de pé, por exemplo.
- Pausas para movimentação: se o trabalho exige longos períodos sentados, é importante realizar pequenas pausas para caminhadas, com o objetivo de facilitar a circulação sanguínea.
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
.- Haag T, Manhes H. Chronic varicose pelvic veins. J Mal Vasc. 1999 Oct; 24(4):267-74.
- Hodgson TJ, et al. Case report: the ultrasound and Doppler appearances of pelvic varices. Clin Radiol. 1991 Sep; 44(3):208-9.
- Coakley FV, et al. CT and MRI of pelvic varices in women. J Comput Assist Tomogr. 1999 May-Jun; 23(3):429-34.
- Jvarsheishvili L, et al. Transvaginal ultrasound examination of pelvic varices in women with chronic pelvic pain (SE 07) C-0344 .www.ecr.org
- Scultetus AH, et al. The pelvic venous syndromes: analysis of our experience with 57 patients. J Vasc Surg. 2002 Nov; 36(5):881-8.
- Al-Qudah MS. Postpartum pain due to thrombosed varicose veins of the round ligament of the uterus. Postgrad Med J. 1993 Oct; 69(816):820-1.
- Park SJ, Lim JW, et al. Diagnosis of pelvic congestion syndrome using transabdominal and transvaginal sonography. AJR. 2004 Mar; 182(3):683-8.
Ajude-nos a melhorar a informação do Educar Saúde.
Encontrou um erro? Está faltando a informação que está procurando? Se ficou com alguma dúvida ou encontrou algum erro escreva-nos para que possamos verificar e melhorar o conteúdo. Não lhe iremos responder diretamente. Se pretende uma resposta use a nossa página de Contato.