A infecção pelo vírus sincicial respiratório é responsável por uma grande parte das infecções respiratórias nos primeiros 2 anos de vida. Certos grupos de bebés são particularmente sensíveis a este tipo de infecção, pelo que a prevenção assume aspectos particularmente importantes.
Abaixo você tem um índice com todos os pontos que discutiremos neste artigo:
O que é?
O vírus sincicial respiratório (VSR) é um vírus RNA da família dos Paramyxovirus e é responsável por uma grande parte das infecções respiratórias nos primeiros anos de vida.
Quais as causas do Vírus sincicial respiratório?
O VSR provoca, por acção da sua proteína F, a fusão das células infectadas com as células que lhes estão próximas formando um sincício, expressão médica que tem origem nas palavras gregas sýn, que significa «juntamente», e kythos, que significa «célula», e que é um termo médico que designa uma célula com muitos núcleos resultante da fusão de várias células mais pequenas.
O vírus introduz-se no corpo da criança pelas células do nariz ou dos olhos e espalha-se pelo aparelho respiratório inferior, provocando a obstrução das pequenas vias aéreas por vários mecanismos, como o edema e a inflamação.
O vírus pode estar presente nas secreções do doente 4 dias antes do início dos sintomas e até 7 dias após melhoria clínica e transmite-se pessoa a pessoa através das pequenas gotas de secreções que se eliminam por tosse ou por contacto mão-nariz.
Quais os sintomas
As crianças afectadas podem apresentar:
corrimento nasal;
tosse;
febre;
irritação da garganta;
conjuntivite;
sinais de dificuldade respiratória (bronquiolite).
Como se diagnostica?
O diagnóstico é feito por meio de análises de sangue específicas, no contexto do respectivo quadro clínico.
Como se desenvolve
O período de incubação varia entre 2 e 5 dias. As reinfecções são frequentes, mas de gravidade decrescente. Os meses de maior prevalência de infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório são os meses de Inverno – a epidemia pode ter início em Outubro e estender-se até Abril.
A maioria das crianças desenvolve uma forma de doença ligeira a moderada, necessitando os casos mais graves de tratamento em meio hospitalar.
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As complicações mais frequentes são os episódios de apneia (paragem respiratória) nos doentes prematuros, a pneumonia, a insuficiência respiratória, a desidratação e a otite média aguda.
Formas de tratamento
Não existe terapêutica específica comprovadamente eficaz. No entanto, são necessárias e úteis diversas medidas de suporte, como a hidratação, o suplemento com oxigénio e a vigilância de apneias, podendo por vezes ser necessário recorrer à ventilação mecânica. Alguns medicamentos antivirais, como a ribavirina, têm sido utilizados embora com resultados pouco satisfatórios.
Formas de prevenção
Pelo facto de ser uma infecção muito frequente, que pode provocar consequências graves e cujo tratamento é actualmente de recurso e pouco eficaz, a prevenção assume aspectos particularmente importantes.
Prevenção primária
É fundamental na prevenção da disseminação dos vírus respiratórios. Aos pais de todos os recém-nascidos deve ser aconselhado:
– as mãos devem ser sempre bem lavadas antes de tratar do recém-nascido;
– lavar as mãos dos outros filhos, quando chegam do infantário ou da escola, antes de irem brincar com o irmão;
– não deixar que partilhem chuchas e brinquedos. Estes também devem ser lavados com frequência;
– evitar o contacto do recém-nascido com familiares e amigos “constipados”. Cuidado especial deve ser tomado com irmãos pequenos a frequentar infantários;
– se a própria mãe está constipada, deve usar máscara que lhe cubra a boca e o nariz durante as mamadas ou durante os cuidados dispensados ao filho, caso não haja uma pessoa disponível para a substituir;
– as mãos devem ser cuidadosamente lavadas depois da colocação da máscara ou depois de se assoar;
– evitar lugares com grande concentração de pessoas, como transportes públicos, supermercados, centros comerciais, salas de espera de consultórios ou hospitais;
– evitar a frequência de locais poluídos com fumo;
– incentivar o aleitamento materno.
Prevenção secundária
Apesar dos cerca de 40 anos de investigação, ainda não há vacina disponível. A imunoglobulina e o anticorpo monoclonal são as duas únicas medidas profiláticas existentes actualmente. Cada uma tem as suas indicações e contra-indicações. Estão bem definidos os critérios que indicam quais as crianças que podem beneficiar da profilaxia com o anticorpo monoclonal do Vírus Sincicial Respiratório; palivizumab.
Doenças comuns como diferenciar
Existem outros agentes infecciosos (Influenza, Parainfluenza tipo 3, Adenovirus e Clamidia) que podem provocar situações clínicas idênticas às da infecção por VSR, cuja diferenciação só é possível através de testes laboratoriais.
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